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Críticas - Teatro Adulto

Insetos da Cia dos Atores faz um retrato das mazelas desses animais invertebrados - ou não seria um duro e inteligente retrato das mazelas humanas?
Publicado em 30/07/2018, 22:00
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Que vivemos tempos sombrios não existem dúvidas! O desrespeito impera.

O homem sempre cometeu atrocidades em nome de religião e do poder; os governantes sempre enganaram a população com ações aparentemente em prol da comunidade, mas, que na verdade, beneficiaram os seus próprios interesses...

Com tanta tecnologia e informação, o homem ainda não se deu conta que o amor ao próximo é essencial para uma vida de qualidade, que a ganância pelo poder e o preconceito só levam a humanidade para a destruição.

Corrupção, atos de violência, Manipulação, exploração, destruição da natureza tudo isso contribuindo para que o caos domine o cotidiano.
O espetáculo, através de quatro quadros baseados em texto de autoria de Jô Bilac (que assinou a dramaturgia do excelente Conselho de Classe, um dos maiores sucessos da Cia) , fala dos problemas citados acima, de uma maneira intensa, mas sem deixar de lado o humor, um humor crítico, que faz parte da trajetória de um grupo de suma importância dentro da história do teatro contemporâneo.

Como o próprio título sugere, os personagens da peça são os insetos cigarra, gafanhoto, barata, louva-a-deus, besouro, mariposa, borboleta, mosquito, cupim, mosca e formiga. A convivência entre os insetos é complicada e um êxodo está desiquilbrando a natureza. Além disso, o desejo de dominação ocasiona guerras e morte.

O texto não tem um começo meio e fim, mas o sentido está no caos que ele revela. Realismo fantástico para revelar aspectos da crua realidade.

Na trama, os gafanhotos tentam destruir tudo, mas se veem diante de uma nova ordem imposta pelo louva-a-deus.... a realidade dos insetos é parecida com a dos humanos do século XXI, de 2018, e isso não é mera coincidência.

O objetivo do autor é fazer uma analogia dos insetos com a nossa realidade e é feita de maneira criativa. Uma fábula que traz um retrato crítico e inteligente do nosso cotidiano.

Como o grupo é carioca, a todo momento cenas trazem simbologias que remetem o espectador ao problemas do Rio de Janeiro, mas vemos no palco questões que acontecem no Brasil e no mundo e o conteúdo é tão rico que o mergulho na montagem é essencial para que nenhum detalhe passe despercebido.

No palco estão cinco excelentes atores e fundadores da companhia: Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Marcelo Valle e Gustavo Gasparani (que dividem o mesmo personagem durante a temporada – conferi com Valle) e Susana Ribeiro. A direção é de Rodrigo Portella.

A direção de Portella reforça o tom de fabula do texto. Pneus e lixeiras no palco ambientam a trama num local sombrio. Esse clima nebuloso, de submundo, é reforçado pela iluminação de Maneco Quinderé.

A trilha tem o poder de dar ao público um pouco de respiro já que as situações devastadoras. Mas a música também tem a função de protestar contra a realidade crua do mundo.

O figurino traz detalhes que lembram os insetos que estão presentes na trama, mas nas roupas existem detalhes das vestimentas humanas, para que fique clara a analogia entre a tragédia vivida pelos insetos na história ficcional e os homens ¨na vida real¨.

O grande trunfo da montagem é o elenco, que está pleno em cena. Existem movimentos e tons vocais que colocam em evidência as características dos insetos, mas não existe caricatura. Interpretações precisas.

Não pode existir a simples caricatura porque são insetos que trazem consigo detalhes que lembram as características humanas, e assim o que importa é apresentar um panorama de seres que matam sem nenhuma culpa; se relacionam para colocarem em prática ações repugnantes. A harmonia entre os homens, ou melhor, entre os insetos (ou não seria o contrário?) é uma doce ilusão, mas não chega a ser utopia.

Apesar de mostrar um mosaico trágico do mundo moderno, Insetos tem momentos lúdicos que revelam uma esperança de dias melhores. Será mesmo que a saída é se mudar Para Portugal? Será que não é possível permanecer em nosso país e buscarmos justiça através de ações conscientes e comprometidas com o respeito ao próximo? 2018 é um ano de eleições... O futuro dos homens, dos animais e dos insetos está em jogo!

O teatro gerando reflexões, deixando indagações para que o público tire as suas próprias conclusões sobre as mazelas expostas no palco.
A Cia dos Atores merece muitos aplausos. Uma trajetória que traz trabalhos com teor crítico, sem deixar de preservar o humor. Espetáculos que suscitam reflexões pertinentes ao mundo contemporâneo, sem planfletarismos. Trabalhos realizados com muita competência.

Os excelentes espetáculos Melodrama, O Rei da Vela e Ensaio.Hamlet, com direção de Enrique Diaz, e Conselho de Classe, com direção de Bel Garcia e Susana Ribeiro, estão entre os destaques desses 30 anos de realizações.

Ficha Técnica
Texto original – Jô Bilac
Adaptação – Cia. dos Atores e Rodrigo Portella
Direção – Rodrigo Portella
Elenco
Cesar Augusto
Gustavo Gasparani
Marcelo Olinto
Marcelo Valle
Susana Ribeiro
Cenário – Beli Araújo e Cesar Augusto
Figurino – Marcelo Olinto
Iluminação – Maneco Quinderé
Preparação Corporal – Andrea Jabor
Direção Musical – Marcello H.
Visagismo – Marcio Mello
Cenógrafa Assistente – Marieta Spada
Adaptação Iluminação – Rodrigo Portella
Arranjo (Money Money) – Marcelo Alonso Neves
Programação Visual – Radiográfico
Assessoria de Imprensa São Paulo – Morente Forte Comunicações
Assessor de Mídias Sociais – Rafael Teixeira
Fotógrafa – Elisa Mendes
Assistente de Direção – João Gofman
Assistente de Figurino – Rodrigo Reinoso
Assistente Preparação Corporal – Rodrigo Maia
Tingimentos – Almir França
Grafismo Textil – Sandro Vieira
Coordenação Financeira – Amanda Cezarina
Produção Executiva – Bárbara Montes Claros
Direção de Produção e administração – Celso Lemos
Realização – Cia. do Atores
https://www.facebook.com/insetosciadosatores/
https://www.facebook.com/ciadosatores/

Serviço
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (140 lugares)
Rua Álvares Penteado, 112. Centro
3113.3651 / 3113.3652
Funcionamento da bilheteria: das 9 às 21h, de quarta a segunda
Vendas: www.eventim.com.br
www.bb.com.br/cultura – www.twitter.com/ccbb_sp – www.facebook.com/ccbbsp
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Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô. Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física / Ar-condicionado / Cafeteria e Restaurante / Loja. Estacionamento: Estapar – Rua Santo Amaro, 272 – R$ 15 pelo período de cinco horas. Necessário carimbar tíquete na bilheteria do CCBB – Van faz o traslado gratuito no trajeto estacionamento – CCBB. Na volta, parada no Metrô República antes do estacionamento.
Quarta, Quinta, Sexta, Sábado e Segunda às 20h
Domingo às 18h
Ingressos:
R$ 20
Duração: 80 minutos
Recomendação: 14 anos
Estreou dia 08 de Julho de 2018
Temporada: até 20 de Agosto
Clique nas imagens para ampliar:

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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