Após temporada no Teatro Itália em São Paulo, o musical estreia no Rio, no Sesc Ginástico.
Amor Barato fala de um grande amor no submundo de uma grande cidade. Vielas imundas onde habitam baratas, ratos e todos os tipos de animais que sobrevivem nos lugares sombrios e sujos.
Um rato e uma barata se apaixonam , mas a vida não é um mar de rosas. Ninguém é de caráter irrepreensível. O o rato, assim como o seu pai, que é um senador corrupto, comete crimes. A compaixão e o amor não fazem parte desse senador que não ama nem o próprio filho. A mãe alcooóatra é o único elo de sentimento positivo que o rato tem com o mundo até ele conhecer a barata.
A barata por sua vez, é filha de um dono de uma empresa de comunicação pedófilo e fica desorientada quando descobre que o pai é doente. Ela já gostava de porres e de andar pelas vielas imundas, mas com a descoberta perde totalmente o rumo, até encontrar o rato.
Como amar livremente quando as famílias se odeiam? O poder domina as relações. As desavenças das famílias, no entanto, não é empecilho para que os enamorados se amem e se casem.
A música é que rege as histórias, guia os diálogos. A narração da trama faz com que o que está sendo encenado não tenha uma carga tão trágica e o que se vê é um duro retrato do cotidiano de animais que estão inseridos num universo inóspito, corrupto. A morte é iminente e a luz no final do túnel pode ser uma utopia. O amor é a única esperança de um mundo melhor.
Um texto interessante, musicado , e que traz uma mistura de ritmos para que a vida do submundo ganhe sustentação cênica. A trilha sonora original conta com rock, baladas, sambas e blues, bolero e à música de orquestra.
A trama é contemporânea e baseada na fábula infantil O casamento da Dona Baratinha ( com pitadas de Romeu e Julieta), mostrando um mundo turbulento e sombrio. A similaridade com o caos do mundo humano não é mera coincidência. Os atores/narradores chegam a fazer pequenas analogias com o mundo humano.
A luz e o figurino, que traz detalhes modernos que trazem pequenos detalhes que remetem às características dos ratos e baratas, ambientam a ação no mundo sombrio e criam um clima psicodélico e obscuro.
Uma história interessante, bem escrita e encenada por atores/cantores excelentes. Estão em cena: Adriana Capparelli, Aline Machado, Beto Mettig, Eric de Oliveira, Pietro Leal e Thaís Dias.
Sinopse:
Dona é uma jovem baratinha com dinheiro na caixinha, órfã de mãe e com sérios conflitos com seu pai, Dr. Barata, um empresário da comunicação. Ela se apaixona por Dom, um jovem rato playboy e inconsequente, fruto do casamento fracassado de Madame e Senador Ratazana. Filhos de espécies diferentes e rivais, Dona e Dom vão viver uma intensa paixão apesar de toda adversidade presente no subterrâneo dos esgotos da cidade.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Fábio Espírito Santo
Música: Jarbas Bittencourt e Ronei Jorge
Direção: Fábio Espírito Santo e Ana Paula Bouzas
Elenco: Adriana Capparelli, Aline Machado, Beto Mettig, Eric de Oliveira, Pietro Leal e Thaís Dias
Músicos: Beatriz Pacheco (sopro), Eric Budney (baixo), Maurício Braga (bateria), Raquel Freitas (Piano) e Ricardo Caian (guitarra)
Direção Musical: Jarbas Bittencourt e Ronei Jorge
Direção de movimento: Ana Paula Bouzas
Preparador Vocal: Rani Guerra
Direção de Produção: André Canto
Figurino: Bettine Silveira
Realização: Meimundo Inventações Compartilhadas
Produção: Canto Produções
Temporada no Rio de Janeiro:
Local: Teatro de Arena | Sesc Copacabana – R. Domingos Ferreira, 160 – Copacabana .
Temporada: 03 a 26 de agosto, sempre de sexta a domingo.
Horário: Sextas e sábados, 20h30; domingos, 19h.
Ingressos: R$ 7,50 (habilitado Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira).
Indicação etária: 16 anos.
Duração: 90 min.
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