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| TEATRO | ||||||||
| Acompanhe o melhor do teatro adulto e infantil! As principais estreias nos palcos estão aqui. Não deixe de ler as matérias e críticas. |
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| Críticas - Teatro Adulto | ||||||||
| Apenas o fim do mundo está em cartaz no Sesc Avenida Paulista | ||||||||
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Espetáculo muito interessante com um grupo de Recife que acompanho o trabalho, o Magiluth. Ele é itinerante, ocupando dois andares do Sesc Paulista. Luiz Fernando Marques Lubi é um dos diretores (parceria com Giovana Soar). Como é comum nos trabalhos do Lubi, os atores manipulam a luz ( uma geladeira ganha mais de uma função cênica), ajudam nas mudanças de cenário, na execução da trilha sonora e ajudam também a tecer com maestria o teor das emoções dos personagens. . Um passeio instigante pela casa de uma família e pela alma de personagens que levam todos os seus conflitos particulares para a relação com os parentes. Na trama, que já foi levada ao cinema por Xavier Dolan , um homem está prestes a morrer e volta para a sua terra natal. Ele deixou a família e agora a sua volta causa desconforto. Ele adquiriu o vírus HIV, sabe que tem pouco tempo de vida, mas a falta de comunicação entre a família é tão grande que acompanhamos o seu sofrimento especialmente na forma de monólogos. Os diálogos familiares, por sua vez, são recheados de ironia, de rancor. O motivo? Não existe um motivo sólido e sim anos em que o relacionamento foi baseado em palavras não ditas, sentimentos não revelados. Uma boa conversa franca poderia resolver qualquer desentendimento. O amor não deixa de existir, mas a convivência sempre foi muito complicada. Em cena, atores que interpretam papeis masculinos e femininos: O escritor Luis (Pedro Wagner) que chega para contar que está doente, mas não consegue. O seu encontro com a mãe, a irmã caçula Suzana, o irmão Antonio e com a sua cunhada Catarina. Não existe caricatura, o que vemos são personagens desenhados com primor e com a alma aberta para o público. O que importa mais são as ações e os sentimentos, não os trejeitos comuns aos homens ou mulheres. Luis é introspectivo e talvez por isso nunca conseguiu expor os seus sentimentos e isso gerou muitos conflitos. Ninguém da família o conhece muito bem. Pedro Wagner consegue dar a esse personagem a dramaticidade necessária para que o clima tenso entre todos reverbere pelas salas do Sesc. Catarina, a cunhada de Luis, é o seu oposto e a responsável por momentos de destaque na encenação. Vivida com louvor por Giordano Castro, ela garante os momentos de descontração da peça. Mesmo nesses momentos, no entanto, paira no ar um constrangimento entre todos. Ninguém se sente à vontade com a presença de Luis. Pela intensidade e interpretação dos atores, os embates entre os irmãos: Luis, Bruno Parrera (como Suzana) e Antonio (Mário Sergio Cabral) são acalorados e de uma intensidade avassaladora. Trabalhos consistentes. As conversas entre Luis e a sua mãe (Erivaldo Oliveira) também merecem aplausos. A mulher não sabe muito bem como resolver os conflitos e apesar de sofrer, apresenta uma certa apatia porque não se sente a responsável pelos problemas dos filhos. Não existe uma luz no fim do túnel. A morte iminente é a dura realidade e nada pode apagar o distanciamento familiar. Apenas o fim do mundo ¬ É o teatro pulsando, mostrando a sua forca nesses tempos sombrios. É o artista mostrando o seu talento e provando que o que não falta são profissionais competentes Brasil afora! De quinta a domingo no Sesc Paulista. Até 5 de maio. Quinta a sábado às 21h, domingo às 18h. Sessões extras quinta a sábado às 17h. Texto do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce. |
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