Amir Haddad e Andrea Beltrão trazem uma versão moderna da tragédia grega sem deixar de lado a essência da obra
A tragédia de Sófocles ganha nas mãos de Amir Haddad uma versão moderna, na forma de monólogo, mas sem deixar de lado a dramaticidade da trama.
Em cena, a atriz Andrea Beltrão, que assina a concepção dramatúrgica com Haddad, vive a personagem Antígona, filha de Édipo e Jocasta, que foi condenada por fazer de tudo para que seu irmão Polinice fosse enterrado ( mesmo contra a vontade de seu tio Creonte, rei da cidade de Tebas).
Ela também ocupa a função de narradora dos acontecimentos míticos que permeiam a vida de Antígona e seus antepassados ( e por isso dá voz a outros personagens também).
Para contar a história de Antígona e demonstrar que toda a sua linhagem foi vitima de situações aterrorizantes, uma árvore genealógica no palco pontua as suas raízes na formação da cidade de Tebas.
Com indas e vindas no tempo, Antígona assinala, por exemplo, o incesto de seus pais Édipo e Jocasta e explica todos os motivos que geraram essa maldição. O uso da árvore genealógica ajuda o espectador a entender a trama e o emaranhado de situações recheadas de fatos monstruosos.
Com uma linguagem simples, a obra original não perde a sua essência e prova que os textos clássicos têm muita força nos dias de hoje.
Andrea mostra toda a sua expressividade para interpretar textos dramáticos e apresenta uma exímia expressão corporal.
Corpo, voz e movimentações no palco delimitam as emoções de uma personagem, que assim como todos os seus parentes, não teve como escapar de um destino trágico ao mesmo tempo que apresentou muita coragem ao desafiar um decreto.
No cenário, além da árvore genealógica ( um varal com papeís onde estão escritos os nomes dos ascendentes de Antígona), um espaço que nos remete a um camarim é usado pela atriz para trocas de acessórios dos figurinos. Quando o público entra na sala de espetáculos, a atriz já está no palco, sentada nesse local.
O figurino também reforça o caráter moderno da encenação, com o uso de roupas básicas, neutras, com detalhes vermelhos nas calças; vermelho cor da tragédia, do sangue que pode significar morte, dor, violência, mas também redenção.
Antígona na Virada Cultural de graça:
SESC NA VIRADA CULTURAL 2017
Sesc Consolação
20/05
SAB
21H*
Grátis
*Para participar, basta retirar os ingressos nas bilheterias do Sesc SP a partir das 16h do sábado, 20/05.
21/05
DOM
18H*
Grátis
*Para participar, basta retirar os ingressos nas bilheterias do Sesc SP a partir das 16h do sábado, 20/05.
https://www.sescsp.org.br/programacao/122909_ANTIGONA#/content=saiba-mais
Ficha técnica completa:
De: Sófocles
Tradução: Millôr Fernandes
Dramaturgia: Amir Haddad e Andrea Beltrão
Direção: Amir Haddad
Com: Andrea Beltrão
Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurino: Antônio Medeiros
Direção de Movimento: Marina Salomon
Ambientação e Projeto Gráfico: Fabio Arruda e Rodrigo Bleque (Cubículo)
Operação de luz: Vilmar Olos
Operação de som: Andrea Zeni
Mídias Sociais: Rosa Beltrão
Camareira: Conceição Telles
Montagem cênica: Ricardo Rodrigues
Administração: Sérgio Canizio
Produção: Boa Vida Produções
Turnê nacional: Trigonos Produções Culturais
Serviço – Antígona com Andréa Beltrão
Local: Sesc Consolação – Teatro Anchieta
Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque
Telefone: 11-3234 3000
Dias: 13 de maio a 18 de junho, sexta a domingo
Horário: sextas e sábados às 21h e domingos às 18h
Recomendação etária: + 14
Duração: 60 minutos
Capacidade: 280 lugares
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) – R$ 25,00 (meia) – R$ 15,00 (credencial plena)
Acessibilidade
Ar condicionado
Acesse www.sescsp.org.br
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