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A amizade une os atores Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi no espetáculo Os Guardas do Taj
Publicado em 12/01/2018, 22:00
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A amizade une os atores Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi no espetáculo Os Guardas do Taj
Por Nanda Rovere


Os Guardas do Taj estreia no Teatro Raul Cortez no dia 13 de janeiro, às 21h00, e conta com os atores Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi como protagonistas.

A montagem, que entra em cartaz na capital paulista após turnê em Portugal no final do ano passado, tem direção conjunta de Rafael Primot e João Fonseca. O texto é do premiado dramaturgo norte-americano Rajiv Joseph.

Gianecchini e Tozzi vivem dois guardas, amigos de longa data que são os responsáveis pela proteção do imponente monumento Taj MaHal, localizado na Índia. Eles estão de costas porque não podem olhar para o local porque é proibido conhece- lo antes de sua inauguração.

Enquanto um deles Babur (Ricardo Tozzi) é sonhador e questiona a ordem vigente, com os desmandos do imperador (em nome da manutenção do seu poder ou mesmo vaidade), o outro, Humayun (Reynaldo Gianecchini), é seco, fiel ao sistema e capaz de colocar a própria amizade em xeque em nome do seu juramento de servir à autoridade maior do seu país.

Babur tem uma curiosidade enorme e pretende desobedecer a ordem mesmo que isso possa acarretar possíveis punições severas; Humayun não questiona os princípios da lei estabelecida, pois acredita que seu dever é cumpri-la sem julgá-la. Foi criado para obedecer.
Um texto que além da amizade, traz também reflexões sobre a lealdade nas relações humanas e tem o mérito de abordar o universo masculino pela ótica de dois soldados imperiais.

O ano é 1648, mas não existe por parte do autor total respeito á data, já que ele sugere uma história atemporal e contemporânea ao usar gírias modernas e com pouco uso de dialetos.

Segundo dados oficiais, cerca 6,5 milhões de pessoas visitaram o Taj MaHal em 2016, lugar mágico da Índia e local onde a história dos personagens desse espetáculo é ambientada, A beleza do mausoléu impressiona os personagens , mas o Taj Mahal e a sua construção servem apenas de fio condutor da trama. O que importa é a situação vivida.

Uma carnificina, que mostra o capricho e a tirania do imperador abalará a crença nos seres humanos. Regras estabelecidas são postas à prova e partir dessa tragédia, esses homens fazem uma revisão de suas vidas e descobrem o que é realmente importante na vida.
O triste e injusto fato ocasiona uma grave crise existencial que pode abalar a fé que possuem no Império e nos seres humanos que são capazes de atos absurdos em nome da manutenção do poder. Vidas estão em jogo.

O preço para respeitar os desejos do Imperador é muito alto e a beleza da vida, da amizade e mesmo do Taj Mahal fica envolta numa lama de sangue e arbitrariedade.

Não se sabe com precisão se o fato sangrento mostrado no espetáculos realmente aconteceram ( como aconteceram) , mas é certo que a construção do belo Taj Mahal está envolta em muitas lendas e ele explora uma entre tantas que são famosas ao longo da História.

O projeto da montagem é do diretor Rafael Primot, que conheceu o texto, se encantou e convidou os atores, bem como chamou João Fonseca para dividir a assinatura da encenação. Um espetáculo criado por amigos que se uniram para contar uma história que os emocionou.

Segundo Primot, foi o próprio autor quem apresentou ao Primot a peça, que estava acabando de escrever e ele se encantou já na primeira leitura. O projeto ficou engavetado algum tempo, mas após Primot participar ( como ator) da novela da Globo A Lei do Amor, que contou também com Gianecchini e Tozzi no elenco, a vontade de realizar um trabalhos juntos reascendeu o desejo de viabilizar a estreia de Os Guardas de Taj.

Primot destaca o valor da estreia em Portugal, ¨uma sorte do acaso¨ a partir do convite de uma produtora que já conhecia Célia Forte e Selma Morente quando elas levaram o espetáculo Meu Deus! Para o país.

¨Foi uma loucura e ao mesmo tempo uma delícia porque os portugueses tratam os brasileiros de maneira super generosa. Eles ficam na expetativa de verem os atores brasileiros, já que a novela brasileira chega por lá e eles não possuem preconceitos com os atores que fazem TV, como acontece aqui no Brasil¨, diz Primot ressaltando a grande comunicabilidade do texto.

Ressalta que a montagem foi toda estruturada para a temporada em Portugal, que aconteceu no final do ano passado. Para a estreia no Brasil, sofreu algumas modificações na concepção das cenas e o cenário ( que não é realista, vale informar) foi reconstruído.

Primot também ressalta que a história é muito oportuna para os dias de hoje, por tratar das relações humanas, falar especialmente da amizade e colocar no palco personagens com diferentes visões sobre o mundo, mas com muita cumplicidade.

A trama acontece em cinco lugares diferentes e o grande desafio para o diretor foi conceber as cenas de um modo a dar sentido ao texto. ¨O foco está na interpretação dos atores e estrear em Portugal foi instigante porque eles estavam em outro país, com outra cultura, e precisavam segurar a cena¨, finaliza Primot.

Sobre a parceria na direção com Primot em Os Guardas do Taj, João Fonseca sinaliza que aprecia realizar trabalhos em conjunto. É a segunda parceria entre os dois diretores - Eles assinaram co-direção em Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, o Musical, em que Primot também atuou, e Fonseca dirigiu O livro dos monstros guardados, de Rafael Primot, no Rio de Janeiro. ¨Foi uma experiência muito boa porque eu também me encantei com o texto e quis falar essa história. Nós entendemos o texto de modo parecido e temos muito respeito pelo trabalho um do outro. O jogo entre os atores é muito tranquilo e a gente se diverte muito¨, afirma Fonseca que faz questão de dizer que o processo de criação foi de grande aprendizado e muito estimulante.

A presença dos atores gera uma expectativa devido à fama pelo trabalho em novelas, mas os atores têm experiência no teatro e demonstram muito prazem em estar no teatro.

Reynaldo Gianechini exalta que o processo de criação de seu personagem foi intenso e prazeroso, sobretudo por contracenar com Tozzi, que é seu amigo/irmão, com desavenças, diferenças, mas também com muito amor e amizade, uma amizade que também é o cerne do espetáculo. O que mais ficou para mim nesse processo foi que aprofundamos a amizade¨. Foi Um trabalho instigante porque foi conduzido por dois diretores fortes e que transmitem segurança ao conduzir o ator a descobrir as diversas nuances do seu personagem, avalia o ator

Para Gianecchini, a mensagem mais atual que a peça traz é ¨de onde vem as nossas escolhas. Escolhemos de acordo com o nosso desejo e a nossa verdade, ou seguimos o que propuseram para a gente e repetimos a histórias de nossos pais e avós?, reflete. ¨Todas as nossas escolhas têm consequências e ás vezes elas são muito pesadas ¨Muitas vezes preferimos nos machucar a fazer escolhas que que possam ir contra o que as pessoas esperam da gente¨, complementa o ator.

Tozzi reforça o que o amigo disse sobre o quanto foi prazeroso o processo de criação do personagem e declara grande amor pelos diretores. ¨Só nos coube ir aprofundando as camadas dos personagens e é muito gostoso fazer¨.

Uma curiosidade é que os atores têm temperamentos contrários aos papeis que interpretam, mas foram percebendo que são mais parecidos com os seus respectivos personagens do que imaginava.

Sobre a história contada no palco, Tozzi diz: ¨O mundo contemporâneo nos estimula a olhar o que vem de fora e raramente somos estimulados a mergulhar no nosso interior. Falamos sobre escolhas nesse espetáculo¨.

O ator também sinaliza que o projeto aconteceu de forma muito natural e trabalhar com amigos foi instigante porque ensinou como é possível passar por cima dos problemas, implicâncias e manias de cada um em prol de uma convivência produtiva e amistosa. ¨ crescemos juntos nesse trabalho. A beleza do espetáculo, na visão de Tozzi, não é o Taj Mahal e sim a amizade. Temos que dar valor para o que realmente importa¨.


De Rajiv Joseph
Tradução e Adaptação Rafael Primot
Direção Rafael Primot e João Fonseca
Amizade, lealdade, subserviência, poder são algumas questões abordadas no texto de Rajiv Joseph.
Ficha Técnica:
TEXTO Rajiv Joseph
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO Rafael Primot
DIREÇÃO Rafael Primot e João Fonseca
ELENCO Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi
MÚSICA ORIGINAL Marcelo Pellegrini
FIGURINO Fabio Namatame
CENÓGRAFO Marco Lima
VÍDEO PROJEÇÃO Estúdio Bijari
ILUMINAÇÃO Dani Sanchez
CENOTECNICO Fernando Brettas. Ono-Zone Estúdio
CENÓGRAFO ASSISTENTE Cesar Bento
PRODUÇÃO MUSICAL – Surdina
ASSISSTENTE DE PRODUÇÃO (ENSAIOS) Bruno Fagotti
ASSESSORIA DE IMPRENSA Daniela Bustos, Beth Gallo e Thaís Peres – Morente Forte Comunicações
PROGRAMAÇÃO VISUAL Vicka Suarez
ADAPTAÇÃO PROJETO GRÁFICO Erik Almeida
FOTOS PROGRAMAÇÃO VISUAL Fernando Torquatto
FOTOS DE CENA PORTUGAL Rogério Martins
FOTOS DE CENA BRASIL João Caldas Fº
ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Andréia Machado
MÍDIAS SOCIAIS: Dani Angelotti e Luciano Angelotti – Cuboweb
FILMAGENS E EDIÇÕES PARA WEB Jady Forte – Desteatrando
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Egberto Simões
PRODUÇÃO EXECUTIVA Martha Lozano
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Bárbara Santos
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Alcení Braz
ADMINISTRAÇÃO Danilo Bustos
IDEALIZAÇÃO: Rafael Primot e Enkapothado Artes
PRODUTORAS: Selma Morente e Célia Forte
REALIZAÇÃO: Morente Forte Produções Teatrais
PATROCÍNIO: Seguros Unimed


Serviço
OS GUARDAS DO TAJ
Teatro Raul Cortez (513 lugares)
Rua Dr. Plínio Barreto 285 – Bela Vista
Informações: 3254.1631
Bilheteria: terça a quinta das 15h às 20h; sexta a domingo a partir das 15h. Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque. Ar condicionado e acesso para deficientes. Estacionamento do teatro: R$ 23
Vendas: (11) 2626-5282 – www.compreingressos.com
Sexta e Sábado às 21h
Domingo 18h
Ingressos:
Sexta R$ 60
Sábado R$ 80
Domingo R$ 70
Duração: 75 minutos
Recomendação: 12 anos
Gênero: drama
Estreia dia 13 de Janeiro de 2018
Temporada: até 25 de Março


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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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