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Entrevistas e dicas de espetáculos

ENTREVISTA - Érico Brás está em cartaz em São Paulo com Musical Popular Brasileiro
Publicado em 04/05/2018, 22:00
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Érico está em cartaz em São Paulo com o Musical Popular Brasileiro.

Ele interpreta o anjo Jura e realiza o trabalho com maestria, com grande inspiração no mestre da arte popular Grande Otelo.

Esse soteropolitano, que integrou o Bando de Teatro Olodum e ganhou visibilidade com Ó pai, Ó, também está no elenco do humorístico Zorra Total, da Rede Globo.

A sua formação foi no teatro, dedicando-se ao ofício de atuar. Participou de cerca de 29 peças (nunca contou com precisão), fez teatro amador em Salvador, integrou o Bando de Teatro Olodum (participando de mais de 15 espetáculos ao todo), fez teatro na rua, com uma passagem rápida.

Sempre se dedicou ao estudo do teatro popular. Estudou em Portugal e lá entrou em contato com um teatro mais erudito e também com o popular.

Começou a cursar Faculdade de Comunicação, mas a dedicação ao cinema não permitiu que terminasse a graduação. Foi também professor de teatro em escola pública.

Tem se dedicado bastante à comédia, mas faz sucesso com o drama também, tanto que foi indicado ao Emmy por uma série produzida em São Paulo, com direção francesa (Crime Time - Hora de Perigo).

Militante, sobretudo com relação à presença do negro na arte, Érico integra comissão da ONU que elabora projetos para tentar solucionar um grave problema: o alto índice de negros mortos, assassinados no Brasil e pelo mundo afora.

O teatro tem a função de comunicar e conscientizar¨
Érico Brás


ENTREVISTA REALIZADA NO RESTAURANTE PIMENTA ROMÃ, QUE APOIA O SITE DE OLHO NA CENA E O ESPETÁCULO
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NANDA ROVERE - Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de Musical popular Brasileiro?
ÉRICO BRÁS - O convite para fazer o musical chegou no ano passado, dos produtores do espetáculo e do Jarbas. O convite veio num momento em que eu estava com várias propostas para fazer teatro, mas escolhi fazer MPB por ser um musical popular brasileiro. Eu venho defendendo faz muito tempo que nós devemos fazer os nossos musicais; não que fazer musicais baseados na Broadway seja ruim, mas acredito que temos que retomar os musicais brasileiros, inclusive o teatro de revista, o que é feito na nossa peça.


NANDA ROVERE - O que mais te chama a atenção no projeto do MPB?
ÉRICO BRÁS - Os produtores são corajosos por fazer um musical genuinamente brasileiro, que fala da nossa vontade de vencer e das nossas necessidades, num momento de descrédito com relação à nossa cultura e num país que cada vez mais desrespeita a arte.


NANDA ROVERE - No palco você estabelece uma dupla hilária com o ator Reiner Tenente. Fale um pouco sobre o seu personagem.
ÉRICO BRÁS – Eu sou apaixonado pelo Grande Otelo, é meu mestre, uma luz no cinema e no teatro. A minha afinidade com ele não é de agora. Minha mãe me chamava de Grande Otelo quando eu fazia teatro amador e mesmo quando me profissionalizei em Salvador. Ele é uma referência para mim nessa peça. O anjo Jura é um personagem que mostra as necessidades do povo brasileiro e a comédia é o fio condutor. O teatro popular tem o poder de se comunicar rapidamente com o espectador e eu uso muito isso em tudo o que eu faço.


NANDA ROVERE - Gostaria que falasse um pouco sobre a sua participação no Grupo de Teatro Olodum e em outros espetáculos.
ÉRICO BRÁS – O grupo é de formação de atores negros que faz os seus próprios musicais e peças. Nesse grupo muita gente se formou e eu sou uma dessas crias de lá. Fiquei muitos anos com eles. No Rio de Janeiro,fiz Orfeu e muita televisão. Eu decidi me dedicar ao musical porque eu precisava fazer teatro.


NANDA ROVERE - A música sempre esteve presente na sua vida, mesmoantes de você integrar o Bando de teatro Olodum?
ÉRICO BRÁS – Eu sempre gostei de cantar e acredito que todo ator tem que cantar, dançar, escrever. Esse aprimoramento deve fazer parte da carreira.


NANDA ROVERE - Foi com ÓPai, Ó que você conseguiu visibilidade Brasil afora?
ÉRICO BRÁS –Me levou para o mundo. Eu fiz o filme e a série na TV. Ó Pai, Ó é uma peça que está na trilogia do Pelô, que integra as três primeiras peças do Bando de Teatro Olodum, quando eu ainda não fazia parte do grupo. Levar o texto para o cinema era um desejo de Caetano, mas ele não conseguiu e quem dirigiu foi a Monique Gardenberg. Foi uma vitrine para o mundo do nosso trabalho.


NANDA ROVERE - Gostaria que você falasse também sobre a sua militância, sobretudo com relação à presença do negro na arte.
ÉRICO BRÁS –A arte brasileira ainda é muito exclusiva. Existe um espaço, mas o racismo existe, por mais que o Brasil não queira mostrar. Sabemos da importância do negro na construção do nosso país e na arte, mas quando se trata de retornos financeiros e publicidade, o negro é deixado de fora. Eu sou representante de um conselho consultivo na ONU devido à minha formação na militância. Uma das minhas principais questões lá é a ausência do negro nos meios de comunicação, no audiovisual e até mesmo nos espaços públicos. Somos excluídos fisicamente e simbolicamente.


NANDA ROVERE - Fico pensando como é conviver e lutar contra o racismo no dia a dia ...
ÉRICO BRÁS – O Brasil é preconceituoso com todo mundo e a questão racial é um problema sério porque é uma consequência histórica. O Brasil foi formado no racismo, que é uma ideologia que nos coloca como seres inferiores por causa da cor da pele e por outras características. O racismo está impregnado na sociedade. O Brasil sabe que é um país racista e isso é uma burrice porque se formos comparar o Brasil a outros países que resolveram as suas questões raciais, eles são mais desenvolvidos – a economia cresce. O Brasil se acha no direito de permanecer ignorante e não incluir os seus negros. É muito mais difícil enfrentar o racismo sendo militante e tendo uma consciência política, porque consigo identificá-lo nos diversos momentos do dia; as pessoas que não são militantes talvez não percebam essa depreciação e segregação. O racismo é sutil e multifacetado. Muitas vezes as pessoas não conseguem perceber uma situação em que ele ocorre. A minha vontade é de sair de casa sem pensar nisso, mas o negro é discriminado quando sai na rua, na porta de sua casa, onde vai comprar o seu pão...não tem como eu não perceber.


NANDA ROVERE - E como é a sua participação no Conselho da ONU?
ÉRICO BRÁS – Participo do Fundo das Populações das Nações Unidas, que é uma agência humanitária. São várias pautas, mas eu fiquei numa subdivisão que atua com relação a questões relacionadas ao audiovisual e à mídia. Também atuo na pauta sobre a mortalidade do jovem negro no Brasil. A cada 23 minutos, um jovem negro é morto numa comunidade, e isso em idade produtiva, dos 16 até 29 anos de idade. Eu constato que isso faz parte de um plano de genocídio. O Brasil nunca teve um plano organizado para a juventude negra e das periferias. A única coisa que existe é o braço armado do Estado que mata tanto fisicamente, quanto simbolicamente. Se você olhar quantos garotos negros têm num shopping center... não que eles não queiram ir lá, mas o tratamento que recebem os excluem. A polícia impede a presença do negro nos espaços públicos. Constroem mitos de que o shopping não é um lugar para os negros, que a TV não é para os negros, o jornal não é para os negros. Somos 54% da população brasileira; os negros são os que mais morrem. A Ancine é o exemplo da morte simbólica que sofremos. Uma pesquisa mostrou que 98% dos filmes brasileiros são realizados por brancos. Isso representa a morte simbólica do negro num espaço público. A Ancine utiliza o dinheiro da população negra e a exclui dos seus filmes.


NANDA ROVERE - Como acontecem as ações na ONU para as resoluções dessas questões?
ÉRICO BRÁS –Está acontecendo a década do Afro Descendente e fazemos reuniões periódicas. Existe uma agenda mundial e devemos atacar nessa década todos os pontos relacionados ao negro. Eu trabalho com a questão da mídia e das artes, mas existem diversos outros pontos tocados nas reuniões. A minha agência é responsável pela fiscalização de tratados feitos em conferências e encontros.


NANDA ROVERE - e o seu Livro Lindas Águas – o Mundo da Menina Rainha?
ÉRICO BRÁS –Lancei o livro com a minha esposa Kênia Maria. Estou escrevendo mais um livro, que quero lançar no final deste ano, chamado Construção da Mitologia Humana Urbana Brasileira. Ele fala sobre os mitos com relação ao negro (como o mito da sexualidade e da força, resquícios de um Brasil colonial racista e ditador que ainda persiste).


Sobre MPB – Musical Popular Brasileiro
Com humor, o espetáculo mostra a loucura vivida por uma equipe improvisada, que tem que montar um espetáculo grandioso em apenas uma semana.

Um musical que reflete sobre as mazelas do nosso Brasil atual, sem deixar de lado o humor.

A trilha sonora traz como destaque músicas brasileiras de todas as épocas e estilos para contar essa história e um elenco que tem experiência no canto e interpretação.

Entre os destaques: Adriana Lessa (no papel de Suzete Campos, uma grande atriz de musicais), Érico Brás (Jura, como o anjo), Reiner Tenente (Gero, o anjo), Giulia Nadruz (Clara), Dagoberto Feliz (Nogueira) e Marcelo Góes (Dino).

Sinopse
A filial brasileira da multinacional Flex Flex vai receber executivos da matriz.

Para mostrar como é o Brasil, a empresa decide montar um musical com canções da MPB, que conta com a produção de um profissional veterano e a direção de seu amigo, que tem realizado desfiles de carnavais de uma escola de samba do segundo grupo.

Os profissionais têm tudo para fazer um bom trabalho, pois eles foram uma dupla de sucesso do showbiz nacional e contam no elenco com uma conhecida atriz, que foi vedete no passado.

A empresa Flex Flex determina que uma jovem advogada seja colocada como assistente de direção. Ela resolve inovar na criação e o embate entre idéias estabelecidas e o novo começa a tomar conta do palco.

Para piorar a situação, às vésperas da estreia, o diretor fica entre a vida e a morte. Desesperado, ele aceita um pedido inusitado de anjos que fugiram do inferno e querem um lugar no paraíso: montar um grande espetáculo musical que impressione o Altíssimo e assim eles podem conseguir um lugar no Céu.

Elenco:
Adriana Lessa
Érico Brás
Giulia Nadruz
Reiner Tenente
Marcelo Góes
Dagoberto Feliz
Ensamble:
Carol Tanganini
Leilane Teles
Mariana Barros
Mariana Gallindo
Nina Sato
Vivian Albuquerque
Daniel Cabral
Davi Tostes
Eduardo Leão
Guilherme Leal
Leandro Naiss
Oscar Fabião

Músicos
Carol Weingrill – Maestrina e Teclados
Raphael Coelho – Percussão
Renato Farias – Trombone
João Lenhari – Trompete e Flugelhorn
Rodolfo Schwenger – Teclados
Jorge Ervolino – Guitarra e Violão
Luciano Lobato – Bateria
Amilcar Lobosco – Sax Tenor, Sax Alto, Flauta e Clarineta
Peter Mesquita – Contrabaixo

FICHA TÉCNICA
Texto: Enéas Carlos Pereira e Edu Salemi
Concepção Geral e Direção: Jarbas Homem De Mello
Direção Musical e Arranjos: Miguel Briamonte
Direção de Movimentos e Coreografia: Kátia Barros
Cenografia e adereços: Marco Lima
Iluminação: Fran Barros
Figurinos: Fabio Namatame
Visagismo: Dicko Lorenzo
Design de Som: Tocko Michelazzo
Assistente de Direção: Alex Riegel
Preparação Vocal e Maestrina: Carol Weingrill
Direção de Produção: Charles Geraldi
Produção Executiva: Fábio Hilst
Produção e Realização: ViaCultura – Renata Ferraz e Silvio Ferraz
Assessoria de Imprensa: InPress Porter Novelli
Fotos: João Caldas
Designer Gráfico: Vicka Suarez
Patrocínio: BB Seguros

SERVIÇO
MPB Musical Popular Brasileiro
Temporada: de 2 de março a 15 de julho
Horário: quinta e sábado, às 21h, sextas-feiras, às 21h30, e domingo, às 20h
Local: Teatro das Artes – Shopping Eldorado, Avenida Rebouças, 3970 – 3º piso, loja 409
Duraçação: 1h45
Ingressos: de 50 a 100 reais
Venda de ingressos: Bilheteria do Teatro das Artes ou pelo site www.tudus.com.br


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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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