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Entrevistas e dicas de espetáculos

Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona remonta Roda Viva de Chico Buarque
Publicado em 23/11/2018, 22:00
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O Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona completa 60 anos em 2018 e para comemorar a data remonta Roda Viva (de Chico Buarque), que completa 50 anos.

O Rei da Vela (de Oswald de Andrade, de 1967), que ganhou os palcos ano passado nos 50 anos da icônica montagem, foi protagonizada novamente por Renato Borghi, com maestria, e ganha novas apresentações em São Paulo.

Roda Viva estreia no Sesc Pompeia, de 6 a 9/12, e depois parte para temporada no palco do Teat(r)o Oficina, de 23/12 a 10/2.
O Rei da Vela encerra a temporada de 2018 com apresentações no Auditório Ibirapuera, de 14 a 16/12.

Oportunidade ímpar para ver trabalhos de um grupo atuante e que marca a história do teatro pela irreverência e por fazer um teatro que grita pela liberdade.

Num certo momento, parecia que os dois textos poderiam soar datados, mas impressiona a atualidade das obras, que falam de poder e como o poder conquistado através de estruturas falhas e inescrupulosas pode perder o seu valor rapidamente.

Roda Viva estreia numa época sombria e trata de como a fama fabricada é efêmera. Um herói nacional com todos os louros que sobe absurdamente e rapidamente também perde o respeito de todos.

É a história da decadência de um mito fabricado pela mídia – o ídolo da canção Ben Silver, que muda o nome para agradar ao público, em um contexto de uma indústria cultural e televisiva nascente no Brasil dos anos 60. Ele não comanda mais a sua vida

Nos dias de hoje, o artista é comparado ao sucesso estrondoso dos músicos que se dedicam ao chamado sertanejo universitário.

O personagem é manipulado pela indústria fonográfica e imprensa, promovendo uma reflexão sobre a sociedade de consumo e a mitificação.

Segundo Zé Celso, diretor do Teatro Oficina, conseguir a liberação do Chico Buarque para a nova montagem foi um trunfo. O músico chegou a negar a autorização anos atrás, mas mudou de idéia devido ao momento histórico que estamos vivendo e à importância de Zé Celso para o nosso teatro.

Chico considera o seu texto fraco, mas essa afirmação não é aceita por Zé Celso que coloca a obra entre as mais pulsantes do nosso teatro. Uma obra que contem canções de uma genialidade absurda como Roda Viva, que dá o nome à peça.

Nessa nova montagem, destaque para a inserção de Caravanas. composição recente de Chico, cujo álbum homônimo acabou de ganhar o Grammy Latino como Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e Melhor Canção em Língua Portuguesa. Caravanas fala da (i)migração, no caso mais específico da canção, do desconforto da classe média com a chegada de meninos da favela às praias.

Para o diretor, a maior riqueza da obra é a força do coro (transcendental e inexplicável), que foi brutalmente esmagado pelo CCC (Comando de caça aos Comunistas) durante as apresentações no final dos anos 60, pois com o AI5 a repressão da Ditadura ficou muito forte.Em Roda Viva, o coro ocupava o espaço todo e se comunicava fisicamente, tocava a platéia de maneira ímpar.

Em julho de 1968, um grupo de vinte pessoas ligadas ao CCC invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, agrediu artistas e depredou o cenário e a violência continuou em Porto Alegre (depois a temporada foi suspensa pela gravidade dos atentados contra os artistas).

Segundo Zé Celso, houve atualização da peça com relação à troca de termos que hoje já não fazem mais sentido, pois não possuem o mesmo impacto do passado. A força do coro foi preservada e os versos maravilhosos têm a mesma força em cena.¨É através do coro que as gerações se encontram. No coro, todos são protagonistas¨, diz.

Zé Celso também acredita que a volta de Roda Viva para os palcos,nesses tempos complicados que estamos vivendo, será especial: ¨É das trevas que vem o renascimento. A transvalorização dos valores ganha força através do teatro. Um renascimento através de poetas como Oswald de Andrade (O Rei da Vela) e Chico Buarque (Roda Viva).

Para a encenação, a inspiração foi o trabalho de Flávio Império e a energia de seu irmão sempre está presente nas suas realizações, Luís Antônio Martinez Corrêa, que também foi um diretor de teatro de prestígio.

Rosana Cunha, gerente de ação cultural do Sesc São Paulo, fala sobre a parceria com o Teatro Oficina: ¨O nosso objetivo é apoiar todos os grandes diretores para levar a linguagem do teatro para a frente e torná-lo acessível para todos os públicos. A parceria pretende abrir espaços para diálogos em todos os campos das artes.¨.

Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural,elogia a parceria com o Sesc. O teatro Oficina precisa ser ¨comido¨ pelas políticas culturais.

Erramos ao pensar em só democratizar o acesso à cultura; o mais importante é provocar a participação das pessoas e o Oficina cumpre essa função ao estabelecer a conexão através do afeto e da empatia¨. Na sua opinião, abraçar o Oficina é fomentar a cultura, criando condições para que o público se sinta parte do espetáculo.

No dia 28 de novembro (quarta-feira), às 20h, o Itaú Cultural transfere parte de sua estrutura para a sede do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona para a realização, pela primeira vez fora do instituto, de uma edição especial do Camarim em Cena, atividade que promove encontros periódicos entre o público e figuras das artes cênicas.

A conversa é com o diretor José Celso Martinez Corrêa, que falará sobre processos e bastidores do universo do teatro. A mediação é do jornalista Nelson de Sá, que prepara uma biografia sobre Zé Celso.

SERVIÇO
Camarim em Cena
Com Zé Celso
Mediação: Nelson de Sá
Dia 28 de novembro (quarta-feira), às 20h
Duração: 120 minutos
Classificação Indicativa: livre
Capacidade: 70 lugares
Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona
Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 1 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)

RODA VIVA
Dias: 6 a 09/12/2018
Horário: Quinta a sábado, 20h. Domingo, 18h
Ingressos:
R$ 50 Inteira
R$ 25 meia para estudantes, servidor de escola pública, maiores de 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência
R$ 15 – Credencial plena do Sesc
Venda Online a partir de 27 de novembro, terça –feira, 12h
Venda presencial nas unidades do Sesc SP a partir de 28 de novembro, quarta-feira, às 17h30Local: Sesc Pompeia, Rua Clélia, 93, Água Branca, São Paulo – SP
Duração: 3h30, com intervalo de 15min
Indicação etária: 18 anos

O REI DA VELA
Dias: 14 a 16/12/2018
Horário: Sexta e sábado, 20h. Domingo, 19h
Ingressos:
R$ 30 Inteira
R$ 15 Meia
Local: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Duração: 240min, com intervalos de 15min
Indicação etária: 14 anos
Informações: www.autorioibirapuera.com.br
*As vendas serão realizadas nos canais da Ingresso Rápido e na bilheteria do Auditório Ibirapuera
Horários da bilheteria: sextas-feiras e sábados, das 14h às 22h. Domingos, das 13h às 20h

RODA VIVA TEMPORADA OFICINA
De 23/12/2018 a 10/02/2019
Sexta a domingo
Horários: Sexta e sábado, 20h. Domingo, 19h
Ingressos:
R$ 60 Inteira
R$ 30 Meia
R$ 25 moradores do Bixiga (necessário comprovante de residência)
R$ 5 (estudantes secundaristas de escola pública, imigrante, refugiados, moradores de movimentos sociais de luta por moradia) – limitados à 10% da lotação diária
www.compreingressos.com/rodavivaLocal: Teatro Oficina Uzyna Uzona, Rua Jaceguai, 520, Bixiga, São Paulo –SP
Duração: 3h30, com intervalo de 15 minutos
Indicação etária: 14 anos


COSMOLOGIA DA ENCENAÇÃO

RODA VIVA estreou 17 de janeiro de 1968 no Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro e depois teve temporada no Teatro Ruth Escobar em São Paulo. Grandes artistas atuaram na montagem como Flávio Império (cenários e figurinos); Klaus Vianna (coreografia); Heleno Prestes (Benedito Silva, Benedito Lampião), Antônio Pedro Borges (Anjo da Guarda), Marieta Severo e Marília Pêra (Juliana), Flávio São Thiago (Capeta), Paulo César Pereio (Mané), Rodrigo Santiago, Valquíria Mamberti, Hamilton Monteiro, Ruth Escobar, Ada Gauss, Alceste Castellani, Angela Vasconcellos, Fernando Reski, Maria Alice Camargo , Zezé Motta , Angela Falcão, Eudósia Acuña, Érico Vidal, Fábio Camargo, Jura Otero, Pedro Paulo Rangel, Samuel Costa Júnior, André Valli, Antônio Vasconcelos, Maria Alice Faria, Margot Baird; os músicos Leão, Brechov, Tião, Zelão, Guaxinim e Alex.


FICHA TÉCNICA
RODA VIVA 2018

Texto: Chico Buarque
Versão 2018: Zé Celso
e Coro Teatro Oficina 2018
Diretor: Zé Celso
Conselheira Poeta: Catherine Hirsch

Benedito Silva: Roderick Himeros
Juliana: Camila Mota
Anjo: Guilherme Calzavara
Capeta: Joana Medeiros
Mané: Marcelo Drummond

O Coro: Cafira Zoé
Carol Castanho
Clarisse Johansson
Cyro Morais
Danielle Rosa
Fernanda Taddei
Isabela Mariotto
Kael Studart
Kelly Campello
Lucas Andrade
Marcella Maia
Marcelo Dalourzi
Mayara Baptista
Nash Laila
Nolram Rocha
Sylvia Prado
Tony Reis
Tulio Starling
Viviane Clara
Zé Ed

Participação Especial: Vera Barreto Leite como Miss Veneno

Diretor Musical: Felipe Botelho
Violoncelo: Amanda Ferraresi
Bateria: André Santana
Percussão: Carina Iglecias
Baixo: Felipe Botelho
Piano: Giuliano Ferrari
Percussão: Ito Alves
Guitarra: Moita Mattos
Preparação vocal: Beth Amin
Preparação rítmica: Ito Alves
Sonoplasta: Gustavo Lemos
Coreógrafo: Ibrahima Sarr
Preparação dos corpos Seneafrica e Höröyá:
Ibrahima Sarr, André Ricardo, Birima Mbaye, Moustapha Dieng e Aziz Mbaye
Tradutor: Mamadou Sarr
Desenho de Luz: Guilherme Bonfanti
Diretor de Cena: Otto Barros
Assistente da Direção de Cena: Felipe Wircker
Arquitetura Cênica e Direção de Arte: Carila Matzenbacher e Marília Gallmeister
Assistente: Marcelo X
Coordenador de Cenotecnia: Alício Silva
Equipe De Cenotecnia: Cleiton Willy, Reginaldo Nascimento, Francolino Gomes,
Renato Silva, Igor Gomes, Leandro Bruno, Claudemi Bruno, Gilberto Feli, Sabino Orosco
e Cássio Omae
Pirâmide: Fina Serralheria
Objetos Cênicos TVs, Nets, Mulher Veneno,
Boneco Ben Silver: Ricardo Costa.
Assistentes: Abmael Henrique e Rafael Lopes
Cata-Vento Fachada: Fernando Brettas – Ono-Zone Estúdio
Pintura Artística: Vincent Guilnoto
Maquiagem e Figurino: Sonia Ushiyama
Assistente de Figurino: Selma Paiva e Marcio Tassinari
Camareira: Cida Melo
Assistentes de Iluminação: Luana Della Crist, Pedro Felizes e Padu Palmério
Operadora da Luz: Cyntia Monteiro
Operadores de Canhão Seguidor: Pedro Felizes, Ana Gabriela Rossetto e Filipe Sampaio
Estagiários da Luz: Ananda Giuliani e Guilherme Soares
Movings Lights: Camilo Bonfanti
Criação em 3D: Daniele Meirelles
Conselheiro Poeta da Luz: Chico Turbiani
Montadores de luz: Gabriele Souza, Diego F F Soares, Alexandre Souza e Vinícius Hideki Ramos
Agradecimento a Grissel Piguillem
Operadora de Som: Camila Fonseca
Assistente de Som e Microfonista: Clevinho Ferreira
Cinema ao vivo: Cecília Lucchesi e Igor Marotti
Direção de Produção e Estratégia:
Camila Mota, Marcelo Drummond e Zé Celso
Produtor Executivo e Administrador:
Anderson Puchetti
Produtores: Ana Sette e Ederson Barroso
Comunicação, Editoração
do Programa e Textos: Brenda Amaral,
Cafira Zoé e Camila Mota
Design Gráfico e Publicidade: Igor Marotti
Projeto Gráfico do Programa:
Igor Marotti, Cecília Lucchesi e Marcelo X
Transcrição da entrevista com Zezé Motta: Danielle Rosa
Pesquisa de Imagiário e Makumbas Gráphicas: Cafira Zoé e Camila Mota
Assessoria de Imprensa: Brenda Amaral
Fotografias: Jennifer Glass
Tradução para inglês e revisões de texto: Maria Bitarello
Tradução para francês: Mamadou Sarr
Arquivista: Thais Sandrini

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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