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Revelando Shakespeare com o ator e produtor Claudio Fontana
Publicado em 10/12/2020, 17:00
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REVELANDO SHAKESPEARE COM O ATOR E PRODUTOR CLAUDIO FONTANA
https://www.youtube.com/watch?v=qoFgJbJ32PU

¨O TRABALHO NO TEATRO É MARAVILHOSO PORQUE A GENTE CONSTRÓI COM A AJUDA DE OUTRAS PESSOAS. GRAÇAS A DEUS EXISTEM PESSOAS COMO O GABRIEL VILLELA, A BABAYA, O RICARDO RIZZO E A VIVIEN BUCKUP, CUIDANDO DO CORPO; A FRANCESCA DELLA MONICA (TAMBÉM CUIDADO DA VOZ), ENTRE TANTOS PROFISSIONAIS MARAVILHOSOS. PESSOAS QUE NOS FAZEM ENTENDER, ATRAVÉS DE ESTUDOS DE ANOS, A POTÊNCIA DOS NOSSOS INSTRUMENTOS DE TRABALHO¨, DISSE.
¨GRAÇAS A DEUS EU FAÇO TEATRO. É O TEATRO QUE ME POSSIBILITA APRENDER, ME DESENVOLVER AOS POUCOS, E CHEGAR, QUEM SABE DAQUI A 50 ANOS, A UM NÍVEL EXCELENTE, COMPLEMENTOU.

No Revelando Shakespeare, com apresentação de Valéria Marchi e Tuna Dwek, Claudio Fontana falou sobre a sua trajetória, o seu amor pelo teatro e, claro, sobre a importância de Shakespeare e como foi interpretar uma personagem do autor inglês.
Claudio Fontana apresentou memórias lindas sobre Macbeth, com direção mágica de Gabriel Villela. A sua Lady (antológica) teve a voz (dissimulação da maldade) e o andar como destaques. Uma leveza no andar que lembrava uma gueixa.
O ator estava escalado para interpretar o Banquo, mas a atriz que iria viver a Lady não pode fazer, e Fontana assumiu o papel.
Foi Babaya quem o ajudou na criação da voz. O andar (e toda a movimentação e expressão corporal) ganhou força quando o diretor colocou uma cortina sobre o seu corpo. Pura delicadeza!
Claudio sempre fala com muito respeito e amor da profissão. Para quem não sabe, começou fazendo teatro amador no Núcleo de Teatro do Clube Pinheiros e lá descobriu o talento e vocação para o palco.
Foi dirigido pelo Gabriel Villela, A Falecida foi um trabalho premiado no Festival Nacional de Teatro Amador de São José do Rio Preto, e foi com o diretor que fez o seu primeiro trabalho profissional, Vem Buscar-me que ainda sou teu, de Carlos Alberto Soffredini. Ganhou, merecidamente, prêmio de ator revelação.
Macbeth foi para os palcos em 2012 e, sem desmerecer os excelentes trabalhos que antecederam a sua Lady, a sua atuação nesse espetáculo mostrou a plenitude e a maturidade de um grande ator. A personagem flutuava porque a maldade flutua. As pessoas más infiltram o seu veneno na vida da outra pessoa¨. Um espetáculo com a metáfora poética de Gabriel Villela.
Fontana é um artista que sempre agradece a todos que estão ao seu lado. Credita que a qualidade de sua interpretação é resultado da qualidade de uma equipe, formada pelos atores, diretores e demais profissionais que participam da criação de um espetáculo.
¨O TRABALHO NO TEATRO É MARAVILHOSO PORQUE A GENTE CONSTRÓI COM A AJUDA DE OUTRAS PESSOAS. GRAÇAS A DEUS EXISTEM PESSOAS COMO O GABRIEL VILLELA, A BABAYA, O RICARDO RIZZO E A VIVIEN BUCKUP, CUIDANDO DO CORPO; A FRANCESCA DELLA MONICA (TAMBÉM CUIDADO DA VOZ), ENTRE TANTOS PROFISSIONAIS MARAVILHOSOS. PESSOAS QUE NOS FAZEM ENTENDER, ATRAVÉS DE ESTUDOS DE ANOS, A POTÊNCIA DOS NOSSOS INSTRUMENTOS DE TRABALHO¨, DISSE.
¨GRAÇAS A DEUS EU FAÇO TEATRO. É O TEATRO QUE ME POSSIBILITA APRENDER (ME DESENVOLVER) AOS POUCOS, E CHEGAR, QUEM SABE DAQUI A 50 ANOS, A UM NÍVEL EXCELENTE, COMPLEMENTOU.
Falas lindas de Tuna Dwek, que elogiou Fontana por tocar em questões que são a base, o fundamento do trabalho de um ator, antecederam questões sobre a universalidade e a magnitude de Shakespeare.
Para exemplificar a universalidade de Shakespeare, o ator lembrou a importância de Romeu e Julieta, montagem com direção de Gabriel Villela, que trazia os atores do Grupo Galpão em uma veraneio e em pernas de paus. Julieta na ponta dos pés! A precipitação do amor e da paixão, na ponta dos pés e na perna de pau!
Fontana ressalta que Villela trouxe a trama de Romeu e Julieta para a nossa realidade, como se Shakespeare tivesse escrito essa obra para Minas Gerais e para ser encenada no adro de uma igreja.
Também citou um fato que aconteceu numa apresentação de Macbeth, em Vinhedo, interior de São Paulo: na cena em que a Lady diz ¨que esmagaria o crânio de uma criança se fosse preciso¨, uma senhora gritou da plateia: ¨Nossa, senhora¨ - com o seu sotaque interiorano!
Um exemplo, segundo Fontana, do quanto a obra de Shakespeare mexe com todos, e mexeu com uma senhora do interior do Brasil!
¨A MAGIA DO TEATRO É REVISITAR UMA OBRA E CONSEGUIR ATINGIR O PÚBLICO. CONSEGUIR TRANSFORMARA OBRA DE SHAKESPEARE EM MONTAGENS QUE ATINJAM O PÚBLICO É A NOSSA MISSÃO¨, DECLAROU CLAUDIO FONTANA.
A partir de uma questão de Valéria Marchi sobre a importância de Shakespeare na vida pessoal e profissional de Fontana, o artista salientou que Shakespeare mexe em questões centrais da mente humana. Indicou um texto de Freud, Arruinados pelo Êxito, o qual fala de pessoas que buscam algo na vida, mas que adoecem quando a conquista acontece...dificuldade absurdo de se lidar com o sucesso e a felicidade.
Um livro que analisa o superego e que, vale dizer, foi muito importante para Claudio entender a obra Macbeth.
Muitas outras questões sobre Shakespeare foram abordadas com louvor. Assistam a excelente entrevista!
A partir de um comentário de Tuna, sobre a sua missão enquanto atriz (brotar, através da arte, um espírito libertário e uma semente de humanidade no mundo), Fontana destacou que segue fazendo teatro, mesmo sem apoio, por acreditar na sua força da transformação.
Fontana sempre cita Marcelo Rubens Paiva como um exemplo de uma pessoa de bem com a vida, que enfrenta com humor as barreiras por ser cadeirante.
O ator fez o espetáculo Feliz Ano Velho, do Alcides Nogueira, baseado no livro do Marcelo Rubens Paiva, que conta a sua história. Durante a temporada com esse trabalho, um fato mostra a força do teatro - Fontana sempre se emociona ao relatá-lo: Viajando com o espetáculo, ele e Denise Del Vecchio se encontraram, casualmente, com uma turma de atletas cadeirantes e os convidaram para uma sessão da peça.
Para a alegria de ambos, eles aceitaram o convite e um deles, após a sessão, disse que a interpretação de Fontana acabara de mudar a sua vida: ele, que nunca tinha conseguido aceitar a sua deficiência, percebeu naquele dia que era possível ser feliz!
¨A GENTE FAZ TEATRO PARA CONTAR HISTÓRIA E SE PUDERMOS MODIFICAR UMA PESSOA QUE SEJA, CUMPRIMOS A NOSSA FUNÇÃO. A NOSSA FUNÇÃO É LEVAR CULTURA, LEVAR CONHECIMENTO, E LEVAR HISTÓRIAS QUE PODEM MODIFICAR AS PESSOAS¨. Claudio Fontana
Saindo um pouco do tema Shakespeare, mas falando da universalidade de uma obra e do quanto ela pode mexer com uma pessoa, Tuna fez questão de salientar que dois trabalhos de Fontana a marcaram muito, um divisor de águas (sem desmerecer nenhum personagem – todos excelentes): Rimbaud, de Pólvora e Poesia, que Alcides Nogueira (Tide) escreveu especialmente para o ator, e Estado de Sítio, de Albert Camus, direção de Gabriel Villela, com a personagem A Morte.
Tuna, emocionada pela presença de Claudio no Revelando Shakespeare, fez o seguinte elogio: Claudio Fontana é a dimensão de uma pessoa que existe por isso e pra isso, dois momentos de grandeza. O teatro que muda a nossa vida e o nosso jeito de ver o mundo¨.
Segundo Claudio, são trabalhos muito marcantes na sua vida. E ele deu, mais uma vez, todos os créditos de seus excelentes trabalhos, aos profissionais que o acompanham. ¨TEATRO É UMA COMUNHÃO DE ARTISTAS¨ - CLAUDIO FONTANA
Deu os créditos de Pólvora e Poesia ao Tide, um artista que, nas suas palavras, ¨escreve para teatro e se transforma num dos maiores dramaturgos do país¨. O encontro apaixonante entre Verlaine (Leopoldo Pacheco) e Rimbaud, com a direção de Marcio Aurelio, e a presença de Fernando Esteves tocando Chopin ao piano. Um relato lindo de Fontana que só assistindo ao vídeo para conferir com precisão a emoção que a fala contém.
Já sobre Estado de Sítio, os créditos foram especialmente para o diretor Gabriel Villela. A peça acompanhou o crescimento da visão conservadora no Brasil e conta a história da Peste que invade uma nação. A salvação acontece através do amor entre dois jovens.
Fontana vivia a secretária da Peste, que Gabriel Villela transformou na Morte. Para o ator, foi um prazer trabalhar atrás de uma máscara e falar coisas horríveis e tão atuais. Esse trabalho o libertou, como sempre, da vaidade para deixar a magia do teatro aflorar.
Já no fim da conversa, Valéria Marchi exaltou o grande talento de Claudio Fontana. Ressaltou que ele é sempre elogiado por ser um produtor preocupado com o próximo, correto nas suas ações e sempre com um humor tocante. Um homem de teatro que se desdobra em várias funções (como Shakespeare e como a maioria dos artistas no Brasil).
Segundo Claudio, a função de produtor surgiu quando ele começou a ver que produtores não tratavam bem os artistas e/ou que eles se sentiam donos do projeto.
¨Nós não somos donos do projeto. Teatro é um ato coletivo e comecei a produzir para me valorizar, para valorizar o ator, para valorizar o criador. Os artistas precisam ser bem pagos e se sentir confortáveis para conseguirem atingir um grau de excelência nos seus trabalhos¨. Produzir é muito chato e eu produzo só para pessoas que eu gosto muito, como o Gabriel e Elias, e para eu mesmo poder trabalhar¨. EU PRODUZO PARA VALORIZAR O ARTISTA, PARA TODO MUNDO GANHAR BEM E SER FELIZ¨. Claudio Fontana
Sobre o humor e a sensibilidade de Claudio, o agradecendo pela participação no evento: Tuna fez uma linda fala: ¨Claudio Fontana é uma ¨xicrinha¨ de porcelana japonesa, Todos nós aqui somos uma ¨xicrinha¨ de porcelana japonesa, e Gabriel é uma ¨xicrinha¨ que chama casca de ovo, que é a coisa mais refinada e delicada que existe¨.
Tuna fez questão de sinalizar que o maior trunfo de um ator, de um artista, é ser despudorado e estar em conexão com o lúdico, com o Eros (que é pulsão de vida), e transformar a dor em arte.
Também citou o humor como uma preciosidade, assim como o despudor de mexer na alma humana no que ela tem de mais profundo (uma característica presente nas criações de Alcides Nogueira e Gabriel Villela, com os quais Fontana estabeleceu lindas parcerias, e nas obras de Shakespeare).
E finalizou com a seguinte observação:
¨Nós temos tudo dentro de nós, a coisa mais grandiosa e a mais mesquinha (a gente escolhe o que vai desenvolver), e Shakespeare é a tradução de tudo o que a gente é! – Tuna Dwek
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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