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Entrevistas e dicas de espetáculos

Produção Teatral com o ator e produtor Claudio Fontana
Publicado em 12/11/2021, 14:00
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¨ Incentivar a cultura é incentivar a economia¨.
¨Cultura dá retorno e contribui para a identidade de um povo. A cultura traz em si a herança de um povo, educa e é parte fundamental na formação dos indivíduos¨ - Claudio Fontana
¨A minha função é transformar pelo menos uma pessoa da plateia¨. Claudio Fontana

Aula produção cultural

Convidado ator, produtor @claudiofontanaator Claudio Fontana #Ufba
Profa. Dra. @deolindadevilhena Deolinda França de Vilhena - disciplina TEA 259 - Produção Teatral,
Mediação - Prof. Dr. @sergiosobreira Sergio Sobreira
Apresentação - Anna Rodrigues
Fontana assina a produção, adaptação e tradução de Proto Henrique IV, em cartaz via online. Direção, cenografia e figurino @gabriel.villela.
Na conversa com alunos da UFBA e interessados, Fontana detalhou o processo de produção, em especial do espetáculo Proto Henrique IV. Dividiu com os participantes informações essenciais para o entendimento de toda a dinâmica de uma produção, desde a idealização até a estreia de um espetáculo.

Produção – a função de um produtor
Claudio Fontana produz para poder concretizar os projetos dos seus sonhos, de uma forma que todos os profissionais sejam bem remunerados e respeitados.
Começou a produzir com o espetáculo Uma Coisa Muito Louca, em 1996, em parceria com a atriz Luciana Braga. Na época, fundaram a BF Produções e hoje é Fontana quem responde sozinho pela administração da empresa.
Desde essa época, mantém uma parceria constante com o diretor Gabriel Villela, como produtor, já que como ator a parceria começou em meados dos anos 80, no Núcleo de Artes Cênicas do Clube Pinheiros, quando Fontana era ator amador e Villela estudante de Artes Cênicas, na USP.
Como produtor, tem como meta, além de levar para os palcos espetáculos de qualidade, remunerar bem os profissionais e estabelecer um ambiente de trabalho harmônico para que a criação flua de maneira prazerosa.
Produzir sempre foi uma tarefa desafiadora devido à necessidade do entendimento das leis de incentivo, necessidade de lidar com planilhas e custos, sem contar com o talento para colocar no papel justificativas e objetivos que expliquem com exatidão como um projeto será executado.
Contar com ajuda jurídica é essencial para o proponente de um projeto (mesmo conhecendo políticas públicas de financiamento) porque sempre existem detalhes que precisam ser analisados para que as exigências das leis sejam cumpridas, os pedidos de benefícios aprovados e para que futuramente não existam pendências na prestação de contas (as quais podem causar grandes transtornos).
Para adequar Henrique IV ao formato on line, por exemplo, a ajuda de um advogado foi essencial diante da burocracia para que o projeto fosse aprovado (com a inclusão de objetivos que tivessem conexão com as exigências do mundo virtual e com as obrigações impostas pelo edital).
Promover acessibilidade on line, por exemplo, é uma questão complicada. Como Fontana resolveu o impasse? No vídeo da peça haverá tradução em libras. Como possibilitar que grupos específicos assistam ao espetáculo? A solução foi criar salas especiais no momento de inscrição via Sympla...e essas ideias surgiram a partir de consultas com a advogada da BF Produções e com artistas e/ou produtores que estão mais acostumados a lidar com o universo da internet.
Outra observação feita por Fontana: os projetos sempre surgem em encontros, muitas vezes em conversas informais, e as suas realizações sempre precisam do estabelecimento de parcerias com outros artistas.
Também pontuou que diante da demora para um projeto se concretizar (idealização, entrada nas leis de incentivos, aprovações, conquistas de patrocínios, formação da equipe, ensaios e estreia - finalmente!) É sempre viável propor outros projetos para serem aprovados por via das leis.
A cultura sempre teve pouco apoio, sabemos disso. No momento, estamos à mercê de um governo que desrespeita a arte. Como esse problema pode ser combatido? Só quando houver no Brasil um entendimento de que a cultura tem que ser política de Estado, não de Governo!
Contar com a boa vontade ou não do governante só prejudica a produção artística. Além disso, criou-se uma falsa ideia de que os artistas, sobretudo com a lei Rouanet, ¨mamam nas tetas do Governo”. Isso é uma falácia de quem não entende nada do assunto!
¨A cultura traz em si a herança de um povo, educa e é parte fundamental na formação dos indivíduos¨- Claudio Fontana.
...e logicamente um governo que não quer o bem do seu povo fará de tudo para que a cultura não se desenvolva!
Um bom produtor, um bom artista, contribui para o desenvolvimento da sociedade. Fontana sempre faz questão de afirmar que¨ incentivar a cultura é incentivar a economia¨. ¨Cultura dá retorno e contribui para a identidade de um povo¨.
¨A minha função é transformar pelo menos uma pessoa da plateia¨, declara o ator e produtor.

Sobre a produção de Henrique IV/Proto Henrique IV:
Contou detalhes da realização do projeto, que foi aprovado em 2017. Era para ter estreado presencialmente no ano passado, mas com a pandemia teve que ser adiado.
Comentou sobre mudanças na política cultural, a pandemia, a necessidade de mudar os objetivos contidos no projeto e a decisão de estrear a peça de modo virtual para não vencer o prazo de execução.
O projeto está em cartaz online (num primeiro momento) e no ano que vem de forma presencial. Conta com o patrocínio do programa Cultural da Eletrobras e da empresa 2S Inovações Tecnológicas.
Os desafios de apresentar uma peça, que era para ser somente presencial, numa encenação através de uma câmera, foram muitos, pois produção e artistas tiveram que aprender a lidar com a tecnologia virtual – algo novo para todos, mas, segundo Fontana, tudo está valendo muito a pena.
Importante apontar que a montagem contaria com 13 atores em cena, já contratados, e tudo teve que ser modificado para que a trama fosse transformada e a história fosse narrada apenas por um ator, no caso Chico Carvalho, que vive Henrique IV e Matilde.
Quem sugeriu que a peça Henrique IV fosse levada para o palco foi o diretor Gabriel Villela. Ao ler a obra, Claudio Fontana ficou encantado com o texto de Pirandello, o traduziu (naquele momento com os diálogos de todos os personagens) e começou a busca pelo patrocínio.
Com a necessidade de apresentar a peça de forma on line e a impossibilidade de contar com todos os atores (seja pela verba mais reduzida, seja pela própria dificuldade de uma encenação com 13 atores se adequar a uma transmissão via youtube), Fontana adaptou o texto, que traz a essência da obra de Pirandello e dois personagens interpretados por Chico Carvalho: O nobre/Henrique IV e Matilde.
Quem conhece a direção de Gabriel Villela sabe o esmero com todos os detalhes e desta vez não foi diferente. Por sua sugestão e grande criatividade, a montagem ganhou a presença de mais um ator, Breno Manfredini.
Inicialmente a função de Manfredini seria a de um contrarregra cênico, mas ele responde também pelo canto de lindas músicas e pela interpretação de um boneco que interage com o protagonista.
Gabriel Villela ficou incomodado com a ideia de dirigir um monólogo, e com a solidão por dirigir um único ator pois está acostumado com a presença de vários atores no palco, e assim concebeu as cenas em que um boneco surge a partir de corpos que integram o cenário.
Obviamente essa mudança na execução da montagem exigiu de Fontana a sensibilidade em entender que sempre é preciso estar aberto às mudanças propostas pela direção e que podem afetar algumas ações da produção.
A preocupação com a qualidade artística, sempre presente, em todas as realizações de Fontana e Villela, gerou um resultado muito bonito.
Num primeiro momento, Villela e Fontana estavam reticentes em fazer essa peça virtualmente porque para eles nada substitui a plenitude do teatro, a magia do encontro presencial entre ator e espectador. No entanto, estão satisfeitos com o resultado.
A transmissão é feita com esmero e o público consegue ter um olhar muito interessante para as cenas, com a vantagem de que por via do computador, inúmeras pessoas podem assistir ao espetáculo, pessoas de todos os lugares.
Mesmo com a apresentação acontecendo através de uma tela de computador, o teatro se faz presente porque o diretor concebeu o espetáculo para o palco e quem transmite as apresentações tem a tarefa de adequar a encenação aos movimentos de uma câmera.

¨ Eu viveria novamente a saga de Henrique IV só pra ver as cortinas do teatro abertas novamente¨, declara Fontana.
¨Nunca desistir quando encontrar obstáculos pela frente¨, essa foi uma das recomendações de Fontana ao finalizar a sua fala.


Clique nas imagens para ampliar:



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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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