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Entrevistas e dicas de espetáculos

Entrevista com a atriz Melissa Vettore, que interpreta a bailarina Isadora Duncan no teatro
Publicado em 10/05/2016, 16:00
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Em Isadora, a atriz coloca em evidência a criação artística como alimento da vida.

A história está focada nos últimos dias de Isadora, em Nice, na França, quando ela volta de um conturbado período vivendo na Rússia (antes de sofrer um acidente fatal).

Num quarto de hotel, a artista conhece Henry (Daniel Dantas), um misterioso e inteligente editor interessado em publicar seu livro de memórias.

Num clima de suspense, com humor ácido e sedução, eles estabelecem um jogo de provocações e Isadora se mostra uma pessoa solitária e frágil, diferente de seu posicionamento como bailarina, artista provocante e libertária.

Através desse encontro, Isadora revive a sua juventude ao lado dos irmãos (interpretados por Roberto Alencar e Patrícia Gasppar).

O texto é a fusão da tradução e adaptação das cartas, biografias e manuscritos da artista, além da releitura de algumas das suas coreografias. Melissa assina a dramaturgia, com a colaboração de Elias Andreato e Daniel Dantas, e Elias é o responsável pela direção.

As músicas são executadas ao vivo, com a trilha sonora especialmente composta por Jonatan Harold. O cenário tem como destaque projeções de imagens num cenário contemporâneo de Marco Lima.

Para quem não conhece a trajetória de Isadora Duncan (fonte Morente Forte): foi precursora da dança moderna e se negou a comercializar o corpo da mulher na dança. Empenhada em construir uma ‘nova escola’ para crianças, partiu dos EUA com seus irmãos rumo à Europa e Rússia.

Isadora era contra a técnica repressiva do ballet; para ela, a dança era ‘o movimento do corpo em harmonia com a natureza, uma dança moderna que não incluía os passos do ballet clássico”.

Nanda Rovere - Como surgiu a ideia de contar a história de Isadora Duncan?
Melissa Vettore - Foi ideia do Elias. Um dia ensaiando Camille e Rodin no MASP, ele ficou me olhando fazer o aquecimento de corpo e falou que o fazia lembrar-se de uma dança da Marilena Ansaldi e citou Isadora. A ideia despertou algo muito bom em mim, já que Isadora Duncan era uma imagem da minha infância, de quando fazia aula de ballet na escola Ruth Rachou e a professora Penha Pietra dizia: 'Saltem, corram, esse passo se chama Isadora'. Resolvi ir atrás, conhecer melhor a sua vida e sua dança, e montamos o projeto.

NR - O que mais te chama a atenção na Isadora? Como foi a criação da personagem?
MV - A ideia de liberdade, de respeito ao corpo feminino, de respeito e amor ao outro. Procuro trabalhar em biografias, como no caso da peça anterior Camille e Rodin, sobre Camille Claudel, mais sobre a obra do que sobre a biografia. A obra sempre traz detalhes profundos do artista; tentei recriar seus gestos para entender seus pensamentos.

NR - Como a ligação da protagonista com a dança é mostrada na peça?
MV - Nós recriamos algumas coreografias, pesquisamos e tentamos dar um novo olhar a elas. Elas estão inseridas ao longo da peça toda. Como temos música ao vivo do Jonatan Harold, no piano, coreografia e música fluem na história.

NR – O seu último trabalho no teatro, Camille & Rodin, foi também dirigido pelo Elias. Como é trabalhar com ele?
MV - Um sonho, como diz um amigo: 'Elias é o topo!' Ele é o máximo, ele é o maior artista que eu conheço, ele é a inspiração de tudo, cada dia de ensaio gostaria que ele saísse tocado. Não quero desperdiçar o tempo dele. Trabalho duro para isso (rs). Eu ouço intensamente o que ele fala e adoro sua companhia. Elias é uma honra e um prazer verdadeiramente grande em minha vida.

NR - Como é viver personagens tão intensas quanto Isadora e Camille, pois pelo que conheço da trajetória eram duas mulheres elas estavam à frente do seu tempo, intensas e que também são muito frágeis? O que você aprendeu com elas?
MV - Puxa, muita coisa. Gosto de biografias porque gosto de saber o que elas pensavam do mundo enquanto artistas. Desbravar a vida e arte tem sempre um custo emocional forte.

NR - Como é interpretar personagens que já existiram? É mais fácil ou difícil do que os ficcionais?
MV - Acho que tem um sabor gostoso, é como pisar em pegadas de areia na praia, tentar encaixar a musculatura, mas também criar e inventar. A próxima peça não será uma biografia, vamos variar!

NR - No caso, como foi o processo de criação da peça Isadora?
MV - O texto foi um processo solitário no início, tinha apenas Daniel Dantas me ajudando, e me salvando!! Depois entrou Elias, e fez cortes e caminhos decisivos. Daniel ajudou até o final, e não paramos mais. Agora acho que estamos vivendo um processo coletivo muito forte. Como temos música, dança e texto, a participação de meus colegas de cena, Patrícia Gasppar e Roberto Alencar, que é o único bailarino de verdade da peça, são muito criativas, e Jonatan vai compondo nos ensaios. André Acioli, assistente de direção, e Renata Melo, na direção de movimento, são muito detalhistas e criam em todos os ensaios coisas novas.

NR - É o primeiro trabalho com o Daniel? Fale um pouco da experiência de estar em cena com ele, e também com os outros atores, claro.
MV - Daniel é um grande ator, ele me ensina muito sobre as palavras, que são tão caras a ele. Cuida do texto, cuida para que tudo seja dito com humanidade e delicadeza, no sentido de encontrar a correspondência emocional, o fluxo. Não imaginei que ele fosse fazer essa peça, mas de repente, escrevendo, tinha que ser ele. Então é um presente diário. Beto é um amigo antigo, um artista completo, queria muito que ele fizesse essa peça, escrevi pensando nele o tempo todo. Patrícia e eu nunca tínhamos trabalhado juntas, mas era um desejo, ela é a minha irmã perfeita, canta lindamente, engrandece o espetáculo com a sua presença.

NR - Caso queira acrescentar alguma informação, fique à vontade.
MV - Quero agradecer a equipe toda, são os mesmos de Camille e Rodin, considero parceiros para minha vida: Marichilene, Marco Lima, Wagner, Jonatan, e agora também Selene e Keila. Renata Melo dirigiu nós três em trabalhos anteriores, então é como voltar para um lugar de aprendizado, de respeito, com mais maturidade e prazer. Como estou na produção, no texto e em cena, isso só poderia acontecer com uma equipe dessas, que cria com autonomia e ao mesmo tempo, com forte sentido de coletividade - tudo isso é a manifestação da alma do Elias. A temporada foi pensada com preços populares, queremos que todos assistam essa linda história de uma mulher que sonhou e trabalhou para um mundo melhor.

Sobre Melissa:
Melissa tem formação em dança. Formou-se no Indac e integrou o CPT de Antunes Filho. Completou sua formação em Nova York e Barcelona.
Atua em novelas, cinema e séries de televisão. Foi atriz e idealizadora do espetáculo Camille e Rodin, com direção de Elias Andreato. Atuou em Mulheres de 30, Passatempo, Meu Nome é Pablo Neruda, entre outras peças.
Na TV foi protagonista do seriado Mothern do GNT, participou da minissérie Maysa na Rede Globo, da novela Insensato Coração, Viver a Vida e do seriado Tapas e Beijos. Esteve em 3 Terezas do GNT, na HBO fez o seriado O Homem da sua Vida. No cinema é a protagonista do filme Entre Vales (prêmio de melhor atriz no Festival de SE, 2013). Isadora é a sua primeira experiência como autora.

Ficha Técnica:
Direção: Elias Andreato
Dramaturgia: Melissa Vettore
Colaboração Dramatúrgica: Elias Andreato e Daniel Dantas
Assistência de Direção: André Acioli
Elenco: Daniel Dantas (participação especial), Melissa Vettore, Roberto Alencar e Patrícia Gasppar
Piano ao Vivo: Jonatan Harold
Iluminação: Wagner Freire
Cenário: Marco Lima
Figurino: Marichilene Artisevskis
Trilha Sonora: Jonatan Harold
Direção de movimento e Preparação Corporal: Renata Melo
Pesquisa Coreografias Isadora Duncan: Melissa Vettore
Criação Coreografias: Renata Melo, Roberto Alencar, Melissa Vettore, Patricia Gasppar e André Acioli
Produção de Imagens em Video: Marco Vettore
Vídeos: Raimo Benedetti Estúdio B
Fotografia: João Caldas
Desenho Gráfico: Simone Drago
Assessoria de Imprensa: Morente Forte
Administração: Sonia Odila
Produção Executiva: Keila Mégda Blascke
Direção de Produção: Selene Marinho – Radar Cultural
Idealização: Elias Andreato e Melissa Vettore
Produção e Realização: Dramática Produções Artísticas – MelissaVettore
Patrocínio: PORTO SEGURO e VIVO

Serviço:
Auditório MASP Unilever (374 lugares)
Avenida Paulista, 1578
Informações: (11) 3149 5959
Bilheteria: Terça a domingo: das 10h às 17h30. Quinta-feira: das 10h às 19h30. Em dias de espetáculo nos Auditórios, a bilheteria funcionará até o horário de início da apresentação. Aceita dinheiro, débito e crédito a vista. Desconto de 50% para clientes Porto Seguro e Vivo Valoriza. Estacionamento Conveniado: PROGRESS PARK Avenida Paulista, 1636 / CAR PARK Alameda Casa Branca, 41
Vendas: www.masp.org.br e www.ingressorapido.com.br
Sexta e Sábado às 21h | Domingo às 20h
Ingressos:
R$ 40
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos
Temporada: até 31 de Julho
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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