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Teatro Adulto - Estreias

Gabriel Villela dirige Estado de Sítio de Albert Camus

A estreia acontece no dia 8 de novembro no Sesc Vila Mariana
Sinopse
Quem lê os meus textos sabe da admiração profunda que tenho pelo trabalho do diretor Gabriel Villela e pelo ator e produtor Claudio Fontana.

Acompanho as trajetórias desses grandes artistas desde as suas estreias no teatro. Uma parceria que deu origem a inúmeras pérolas cênicas, com direção de Villela. Para quem não sabe, a estreia profissional de Fontana foi no excelente Vem Buscar-me que Ainda sou teu, em 1990, com direção de Villela, e já arrebatou o prêmio como ator revelação.

Por esse motivo, escrever sobre os seus trabalhos é sempre uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma tarefa jornalística importante para mostrar a riqueza do processo criativo de um diretor que acredita na arte como a salvação dos tempos sombrios e assina montagens que primam pela beleza e criatividade.

Em inúmeros espetáculos, como Boca de Ouro e um Réquiem para Antônio, para citar os mais recentes, Villela dirigiu Fontana, que além de atuar, os produziu. Em outros trabalhos, como A Tempestade e Rainhas do Orinoco, também recentes, Claudio assinou a produção.

Tivemos também Calígula, de Albert Camus, com Fontana atuando e produzindo, e que Villela dirigiu (Thiago Lacerda foi o protagonista).
Estado de Sítio é de autoria de Albert Camus, filósofo argelino que passou a maior parte de sua vida na França e, portanto, é o segundo texto de Camus que ganha os palcos na visão de Villela.

O seu #estadodesítio está entre as obras marcantes do autor, assim como A Peste (1947), O Estrangeiro (1942) e Calígula (1941).

Estado de Sítio, de 1948, faz alusão à Guerra Civil Espanhola e a consequente ascensão de Franco, que governou o país de maneira totalitária até 1975. A peste é a alegoria da ditadura de Franco, evidenciando o quanto o totalitarismo infecta o organismo social. Setenta anos se passaram e parece que Camus escreveu o texto para os dias de hoje.

Vale frisar que as suas obras não se referem à direita ou à esquerda. Ele critica qualquer forma de autoritarismo e não traz nas suas falas nenhuma doutrina. A ideia é deixar que o leitor, ou o espectador, no caso do teatro, reflita sobre os assuntos tratados.

Na trama de Estado de Sítio, que muitos estudiosos dizem ser adaptação do seu romance A Peste, tamanha a semelhança da história, uma cidade vive o autoritarismo e é assolada pela Peste...

A política do terror é um dos assuntos em pauta. A Peste chega para assolar o cotidiano dos moradores de Cádiz, na Espanha. Diz o release: ¨após os maus presságios pela passagem de um cometa, os habitantes da cidade passam a ser governados pela Peste, que depõe um governo reacionário e institui um poder arbitrário por meio da ameaça de morte. Ela instaura o Estado de Sítio e cria um regime burocrático, esvaziado de sentido. Uma cidade sitiada e uma população dividida¨.

A vida dos cidadãos é submetida ao império da Peste, que conta com o apoio de sua Secretária (A Morte). Os habitantes são obrigados a colocar na boca um tampão embebido em vinagre, para que o silêncio e a submissão permaneçam.

O sofrimento e o desespero se tornam banais e vem a tona à seguinte questão: no meio desse cenário desolador e aterrador, haveria espaço para uma "revolta" estimulada pelo amor aos seres humanos e pela liberdade?

O amor, representado através das personagens Diego e Vitória, é o que a natureza humana possui de mais nobre no combate a qualquer tipo de violência e desrespeito à liberdade do indivíduo. O Estado de Sítio, e todo o mal propagado pela Peste, é mantido pelo medo.

O cometa é a luz passageira que alerta para a transitoriedade da vida, para o perigo que está por vir... Também sinaliza que a situação política catastrófica também pode ser um período transitório - para se libertarem da Peste será preciso resistir ao medo, perdê-lo de vez.

A montagem de Villela não tem um caráter panfletário, aliás, os seus trabalhos não possuem esse viés, mas para criar Estado de Sitio o diretor não descarta o poder do texto como um alerta político. Nas suas palavras: “a riqueza dramatúrgica de Camus não se limita a um contexto histórico específico nem a um campo político delimitado, mas é um mosaico de teatralidades que nos lembra que a liberdade exige esforço coletivo e contínuo”.

Gabriel Villela traz, como sempre, a poesia e a magia na cena, e nesse trabalho o grotesco ganha força para ressaltar o horror da epidemia física e política que acomete a população de Cádiz.

O figurino tem o preto como cor básica e adereços coloridos de cabeça. Elementos esses que, juntamente ao visagismo de Claudinei Hidalgo, realçam o caráter grotesco e não realista da encenação. As fotos são o indício do quanto a produção está caprichada.

A cenografia de J. C. Serroni e a Iluminação de Domingos Quintiliano também desenham o tom sombrio das cenas, sem deixar de lado a principal característica das criações de Villela: o teatro como espaço para a discussão de assuntos importantes para a sociedade, mas onde sempre impera a poesia, a magia e a delicadeza, para que o mundo, e as discussões sobre ele, fiquem mais interessantes.

Como ponto forte e delicado das suas realizações, a música também está muito presente nessa encenação.

A trágica condição humana em Estado de Sítio coloca o homem numa realidade hostil e onde reina a falta de sentido diante de uma população perplexa.

Neste sentido, o coro trágico grego na peça de Camus aparece em momentos importantes da trama, fazendo um resumo dos acontecimentos e transmitindo as dores e os anseios de um povo que pode ser punido se fizer qualquer gesto de rebelião.

Na montagem de Villela, o coro traz arranjos polifônicos ao entoar canções revolucionárias icônicas, como Fischia il Vento, o Hino da Resistência Francesa, músicas ciganas de Goran Bregovic e outras cantadas em ladino (língua falada por comunidades judaicas originárias da Península Ibérica). A direção musical é de Babaya e Marco França.

Para a criação desse espetáculo, Villela e Fontana (este, que além de produzir - através da BF Produções - está no palco) contam com elenco e equipe de profissionais experientes, formado por artistas que já estiveram presentes em trabalhos anteriores, contribuindo para que o universo criativo de Villela ganhe sentido e encantamento.

Além dos integrantes da equipe já citados, Ivan Andrade (que acabou de dirigiu uma peça de Camus, O Mal-Entendido com temporada no Sesc Pinheiros) e Daniel Mazzarolo são os diretores assistentes e a produção executiva é de Luiz Alex. Integram o elenco: Elias Andreato, Claudio Fontana, Chico Carvalho, Arthur Faustino, Cacá Toledo, Daniel Mazzarolo, Kauê Persona, Marco França, Mariana Elisabetsky, Nathan Milléo Gualda, Pedro Inoue, Rogério Romera, Rosana Stavis e Zé Gui Bueno.

Destaque para o reencontro entre Elias Andreato e Claudio Fontana, como A Peste e A Morte, respectivamente, selando mais uma parceria entre dois grandes atores no palco. Elias Andreato e Claudio Fontana já trabalharam juntos em Esperando Godot, Um Réquiem Para Antônio, com direção de Gabriel; Édipo; Amigas, Pero no Mucho e Andaime.Todos esses foram momentos marcantes do nosso teatro, sucessos de público e crítica.

A presença de atores curitibanos, que participaram da excelente montagem Hoje é Dia de Rock, produção do Centro Cultural Teatro Guaíra - que contou com a direção de Villela no ano passado - também merece atenção especial: Arthur Faustino, Kauê Persona, Nathan Milléo Gualda, Pedro Inoue, Rosana Stavis.
Ficha Técnica
Texto: Albert Camus. Tradução: Alcione Araújo e Pedro Hussak. Adaptação e Figurinos: Gabriel Villela. Elenco: Elias Andreato, Claudio Fontana, Chico Carvalho, Arthur Faustino, Cacá Toledo, Daniel Mazzarolo, Kauê Persona, Marco França, Mariana Elisabetsky, Nathan Milléo Gualda, Pedro Inoue, Rogério Romera, Rosana Stavis e Zé Gui Bueno. Cenografia: J C Serroni Iluminação: Domingos Quintiliano. Direção Musical: Babaya e Marco França Diretores assistentes: Ivan Andrade e Daniel Mazzarolo. Foto: João Caldas Fº. Produção executiva: Luiz Alex Tasso. Direção de Produção: Claudio Fontana.

Serviço:
Estado de Sítio
Com direção de Gabriel Villela
Do dia 8 de novembro a 16 de dezembro, quinta a sábado às 21h, domingos e feriados às 18h
Local: Teatro
Não recomendável para menores de 14 anos
R$ 12 (Credencial Plena) l R$ 20 (meia entrada) l R$ 40 (Credencial de Atividades e não credenciado)
Sesc Vila Mariana | Informações
Bilheteria: Terça a sexta-feira, das 9h às 21h30; sábado, das 10h às 21h; domingo e feriado, das 10h às 18h30 (ingressos à venda em todas as unidades do Sesc).
Horário de funcionamento da Unidade: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábado, das 9h às 21h; e domingo e feriado, das 9h às 18h30.
Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): Terça a sexta-feira, das 9h às 20h30; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30.
Estacionamento: R$ 5,50 a primeira hora + R$ 2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
R$ 12 a primeira hora + R$ 3,00 a hora adicional (outros). 111 vagas.
SE VC AINDA NÃO ESTÁ NA comunidade GABRIEL VILLELA, que tal participar?
https://www.facebook.com/groups/133795370015657
Obs: As fotos são de João Caldas, retiradas das postagens de Claudio Fontana e da Assessoria de Imprensa
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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