A cantora CECILIA SIQUEIRA é uruguaia, mas agora reside no Brasil.
Ela nasceu em Paysandu, Uruguai, no ano de 1982 e os seus pais são renomados professores de violão, Julio Siqueira e Raquel Franco. A paixão pelo instrumento, claro, começou desde muito cedo. Aos cinco anos, começou a dar os ‘primeiros passinhos’ na música e aos 15 anos de idade já conquistava o primeiro prêmio em um concurso nacional de violão.
Aos 34 anos, Cecilia sobrevive da música e tem um excelente currículo: já fez turnês no Brasil e nas principais capitais europeias, além de incursões pela Rússia e por países da América do Norte e África.
No momento, a cantora integra o Duo Siqueira Lima, com Fernando de Lima, que conheceu no II Concurso Internacional de Violão PROMUSICA/SESC, em 2001, na cidade de Caxias do Sul (RS-Brasil). Na ocasião, os artistas dividiram o primeiro lugar entre participantes de vários países.
Em 2015 foi gravado o cd The Art Of Duo Siqueira Lima pela GuitarCoop, que traz a união entre o erudito (Villa Lobos, Enrique Granados) e o popular (Hermeto Pascoal, Astor Piazzolla).
Cecília tem shows agendados para este ano e para vocês conhecerem um pouco da sua trajetória, elaborei um bate-papo sobre o CD e a carreira da artista.
Site oficial: www.siqueiralima.com
GuitarCoop
Cooperativa de músicos que investe em qualidade e é composta por renomados violonistas como Marcelo Kayath, Fabio Zanon, Edson Lopes, o peruano Jorge Caballero, o escocês Paul Galbraith, entre outros, além é claro, do Duo Siqueira Lima.
Trailer do cd The Art Of Duo Siqueira Lima: https://youtu.be/-2QNr7_9UZ0
Site GuitarCoop: WWW.guitarcoop.com.br
ENTREVISTA
Nanda Rovere - Como foi a decisão de morar aqui no Brasil?
A decisão se deu de maneira natural. Foram aparecendo oportunidades de trabalho e estudo, por isto sempre estava viajando ao Brasil, até quando percebi que já estava passando a maior parte do tempo aqui... Foi quando decidi ficar.
NR - Como é viver de música clássica aqui e no Uruguai?
Bom, é sempre difícil no começo de qualquer carreira profissional. Mas a partir do momento que você consegue um reconhecimento, é maravilhoso poder viver do que você ama fazer, aqui e em qualquer parte do mundo. Sempre se fala que viver de música é difícil (principalmente em países latino-americanos), mas acho que estas dificuldades também existem em outras profissões. Em um mundo tão competitivo, qualquer coisa que nos propomos a fazer tem que ser muito especial e original para obter sucesso.
NR - Existem diferenças na receptividade do público e do mercado fonográfico?
Sim, existe. Em certos lugares o público é mais extrovertido e em outros, um pouco mais contido. Neste sentido o público brasileiro é maravilhoso! Outro país que também nos impressionou muito foi a Rússia. Um plateia super entusiasmada! Já com os CDs não consigo ver a diferença.
NR - No CD The Art Of Duo Siqueira Lima vocês unem erudito e popular. Gostaria que falasse um pouquinho da concepção do CD/escolha do repertório e também da parceria com o Fernando.
Este CD é bastante especial pra gente principalmente por reunir obras que gostamos muito e que, embora algumas delas são de diferentes estilos, conseguimos encaixa-las de maneira natural fazendo com que o CD tenha uma unidade. Por exemplo: Você ter em um mesmo CD Enrique Granados e Hermeto Pascoal parece ser algo muito inusitado, mas temo o Astor Piazzolla fazendo está ponte, entre o Romantismo e a música instrumental Latino-americana. Conheci o Fernando numa competição internacional de violão que aconteceu no ano de 2001 e que tivemos a emoção de empatar o primeiro premio. Pouco tempo depois tivemos a ideia de tocar juntos e ficamos muito impressionados com o rápido entrosamento e com a excelente resposta do público e da crítica. E já estamos na estrada a 14 anos.
NR - Você já se apresentou em vários países. Qual o maior aprendizado que você obteve com essas viagens ?
Que a música tem a capacidade de romper as barreiras culturais que existem entre diferentes povos e raças e transmitir a todos uma mesma emoção. Quebrando preconceitos e unindo as pessoas. Uma linguagem universal.
NR - Quais os músicos que mais te inspiram e o que aprecia na música atual, em especial no Uruguai e Brasil?
Tenho uma enorme admiração pelos músicos brasileiros desde Tom Jobim até João Bosco, Hermeto, Dominguinhos, Milton Nascimento... Na música clássica me influenciaram bastante duas pianistas, a espanhola Alicia de Larrocha e a argentina Marta Argerich. Uma das coisas que admiro na musica atual é a fusão de estilos proporcionada principalmente pelo avanço nos meios de comunicação, quebrando barreiras entre músicos de alto nível em todas as suas manifestações. No Uruguai admiro muito o Hugo Fattoruso, que é um multi-instrumentista e compositor excepcional.
NR - Tem shows agendados?
Já temos bastante atividade agendada para este ano. Onde destaco a participação no Encontro de Mestre e Aprendiz em Aquiraz (CE – Brazil) agora em abril. E nos meses de junho, julho e agosto turnês nos Estados Unidos e Europa com vários concertos em importantes festivais. Para outras informações podem visitar a nossa pagina: siqueiralima.com
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