Uma transtornada atriz à beira da morte, em um lugar qualquer da cidade de São Paulo, recebe a visita de uma credora. E a cobrança é de algo improvável, mas não impossível num mundo em que o dinheiro é super valorizado e causa tragédias em nome de um desenvolvimento que pode nos levar ao fim do mundo. Teatros, prédios e casas centenárias derrubadas para que os prédios ocupem a cidade e deixem tudo sem vida; a correria do dia a dia que nos tira a oportunidade de sonhar e imaginar, a arte que é o alimento para que a existência tenha sentido.
O tempo de Banco dos Sonhos é o da delicadeza, sem pressa, com um emaranhado de situações que revelam o limite tênue entre o sonho e a realidade.
Banco dos sonhos comemora os 20 anos da Velha Companhia
A poesia é permanente em todas as realizações e neste trabalho comemorativo não podia ser diferente.
É um sonho. Literalmente um sonho. Ele começa aos poucos. Vamos nos familiarizando com a história e ela cada vez mais ganha um clima surreal, um labirinto sem começo, meio e fim, como geralmente são os nossos sonhos.
Tudo o que é mostrado é uma peça de teatro sendo escrita com a presença do público ou Benedita, que é atriz, e o universo em que ela vive, é real? Bom, mas mesmo que Benedita seja real, ora, ela também é ficção porque Banco dos Sonhos é uma peça de autoria do Kiko Marques e encenada pela Velha Companhia. Complicado? A vida é complexa e no sonho tudo é possível.
O teatro é o meio para que o onírico ganhe luz. Realidade porque na vida temos a capacidade de viver tudo o que está no palco, ora a nossa capacidade de imaginar é infinita. Ficção, beleza, poesia, tudo isso em harmonia para um mergulho nos sonhos, onde tudo é possível; sonhar com o amor, com a amizade, com dias melhores, sonhar em contato com a arte que nos salva do caos.
O materialismo infelizmente faz com que muitos sonhos não possam ser realizados, como o sonho da casa própria, por exemplo, mas nesse mundo tão complexo sonhar é essencial.
A metalinguagem nesse espetáculo mostra o poder do teatro para o encanto e para a transformação.
Uma criação teatral para curtir, sentir, pulsar. Emoção à flor da pele. Luz, música, interpretações, tudo isso junto cria o clima onírico da montagem.
Uma homenagem ao teatro e a certeza de que sonhar nos impulsiona. Sem o sonho a vida não tem graça. E a Velha Companhia é a realização de um sonho e que hoje completa 20 anos de estrada, e com muito sucesso.
Para a dramaturgia e para a criação das cenas, o diretor e dramaturgo Kiko Marques, que também está em cena, teve como inspiração os clássicos A Gaivota, de Tchecov, e Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues.
Viva o teatro e a Velha Companhia.
Sonhar acordado é muito bom. Banco dos Sonhos é o "teatro poesia" que nos mostra o quanto a arte é necessária para alimentar a alma, afagar o coração, além de abrir possibilidades para um mundo melhor (através do aprimoramento do conhecimento e do senso critico).
BANCO DOS SONHOS
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Classificação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Gênero: Tragicomédia
Temporada: 2 de março a 2 de abril
De quinta a sábado 21h e domingos às 18h.
Ingressos: R$40,00
Pelo site e pelas bilheterias do Sesc Credencial plena: R$ 12,00
Estudantes, Idosos, PCD e seus Acompanhantes (meia entrada): R$ 20,00
FICHA TÉCNICA
Idealização: Velha Companhia
Texto e Direção: Kiko Marques
Elenco:
Alejandra Sampaio – Benedita
Virgínia Buckowski – Enoc
Maristela Chelala – Rúbia
Valmir Sant’Anna – O Autor e O Saxofonista Solitário
Mateus Matilde Menezes – Joel/ Gerusa
Marília Santos – Gerusa/Anna
Kiko Marques – Elton
Direção de produção: Virgínia Buckowski e Alejandra Sampaio
Desenho de luz: Marisa Bentivegna
Figurino: João Pimenta
Cenário: Velha Companhia (com supervisão de João Pimenta)
Trilha sonora original: Bruno Menegatti
Videografismo e videomapping: Um Cafofo/ André Grynwask
Assistência de direção e produção: Fábio Mráz
Provocação cênica: Maria Fernanda Vomero
Analista junguiana: Mariana Laham Bruzzone
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Ação formativa de público: Plínio Meirelles
Operadora de luz: Adriana Dham
Operador de som: Caçula Rodrigues
Gravação, mixagem e masterização: Estúdio P4Rei/ Luiz Claudio Sousa
Músicos em estúdio: Bruno Menegatti, Gustavo Boni, Gustavo Sarzi, Guegué Medeiros e Luiz Claudio Sousa
Designer gráfico: Fabricio Santos
Fotografia: Ênio Cesar
Designer de peruca: Paulette Pink
Libras: Elaine Sampaio e Fabiano Campos
#Repost @lucio_henrique_102 with @use.repost
・・・
"A @velhacompanhia com sua delicadeza e de maneira impecável nos proporciona através de “Banco dos Sonhos” um sonho onde não se precisa dormir para vivê-lo. Um lindo trabalho que se fantasia de teatro, finge sê-lo, mas que na verdade nada mais é do que uma experiência imersiva num mundo de “realismo maravilhoso” de onde não queremos sair nunca. Um milhão de vezes BRAVO!"
@sescpompeia |