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Críticas - Teatro Adulto

Garrincha na visão de um diretor norte-americano
Publicado em 09/05/2016, 22:00
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O diretor Robert Wilson estreia mais um trabalho com atores brasileiros e desta vez o texto é todo falado em português.

Nesse novo trabalho, o diretor criou uma encenação que homenageia Mané Garrincha, considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos. Em cena, estão 16 atores e músicos.

Com música ao vivo, o espetáculo pretende lançar um olhar sobre a alma e trajetória profissional do craque do futebol.

Os trabalhos de Bob Wilson sempre chamam a atenção pela plástica da cena, especialmente pela movimentação precisa dos atores, iluminação impecável e trilhas marcantes. Não é à toa que as suas criações foram chamadas, pelos críticos especializados, de “teatro de imagens¨.

Garrincha com certeza traz uma curiosidade maior devido ao diretor colocar como protagonista da cena um dos maiores ídolos brasileiros.

Traz o olhar de um artista estrangeiro sobre uma personalidade brasileira que é conhecida no mundo todo.

Segundo depoimento do diretor para a divulgação da peça, o que mais o instigou nesse projeto foi explorar a história trágica de um profissional pobre que superou as dificuldades e conquistou o reconhecimento pelo seu talento. Além disso, Wilson destaca o gingado desse jogador de pernas tortas e seu o carisma.

É a décima produção encenada por Wilson no Brasil. Dentre os espetáculos, vale citar os três últimos: A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett; A Dama do Mar, de Henrik Ibsen, e A Velha, inspirada na novela de Daniil Kharms.


Nesse trabalho, o rigor dos gestos e os tons fortes na iluminação, no cenário e na maquiagem merecem destaque. A ideia foi levar para o palco as cores e as texturas do Brasil, sem realizar uma montagem didática (o que é um mérito).

O diretor pincela momentos históricos pelos quais Garrincha passou, como o AI5, a sua vida profissional, a derrota na copa e na sua vida pessoal. Elza Soares tem participação muito importante, na cena de um show, no acidente que causou a morte de um filho, por exemplo.

Bob Wilson parte da ideia de que todo brasileiro conhece a trajetória do jogador e por isso não coloca a sua biografia de maneira explícita e sim escolhe momentos para destacar. Muitas cenas são simbólicas, como a de sua morte e a presença das araras como narradoras.

Ambienta a vida de Garrincha numa atmosfera de festa e sonhos (num país tropical, abençoado por Deus.

A vida de Garrincha é mostrada desde a sua infância em Pau Grande, a chegada ao Rio de Janeiro, o seu talento imenso pelo futebol e o seu sucesso.

Também é mostrada a dependência com relação ao álcool e o quanto ele era “mulherengo”, mas se percebe que o craque Garrincha poderia ter sido mais explorado.

O elenco é formado por artistas talentosos, que conseguem realizar trabalhos de qualidade, mas que estão à serviço de uma encenação que não consegue emocionar ). O tom caricatural, impresso na direção e na dramaturgia, predomina, em detrimento da emoção.

Visualmente, é um espetáculo muito bonito, mas deixa a desejar com relação à dramaturgia (não necessariamente na forma de texto, claro, porque o foco do diretor nos seus trabalhos está no movimento e na música que já traz dados sobre o jogador). Faltou mostrar mais do homem que estava além do jogador de pernas tortas, que bebia e vivia cercado de mulheres.



Ficha Técnica

Garrincha
Uma ópera das ruas

direção, cenário e conceito de luz Robert Wilson

idealização Danilo Santos de Miranda

texto e dramaturgia Darryl Pinckney
direção musical Hal Willner
codireção Charles Chemin
figurinos Carlos Soto
cenógrafa associada Annick Lavallée-Benny
desenho de luz John Torres
visagismo Manuela Halligan
supervisão de luz Marcello Lumaca
consultoria no desenho de luz A.J. Weissbard
consultor Carlos Augusto Calil

com
Carol Bezerra, Claudia Noemi, Claudinei Brandão, Cleber D'Nuncio, Dandara Mariana, Daniel Infantini, Fernanda Faran, Jhe Oliveira, Lucas Wickhaus, Naruna Costa, Nathália Mancinelli, Roberta Estrela D’Alva, Robson Catalunha

elenco convidado Bete Coelho, Lígia Cortez, Luiz Damasceno

músicos Alexandre Ribeiro, Fabricio Rosil, João Poleto, Roberta Valente, Samba Sam, Zé Barbeiro

assistência de direção André Guerreiro Lopes participação no workshop de criação em Watermill/Nova Iorque Heloisa Pisani, Armando Fernandes coodrenação de programação do Sesc Sérgio Luís de Oliveira, Wagner Castro preparação vocal Roberto Moura coordenação técnica Ivan Andrade direção de cena Lara Bordin operador de som Rodrigo Gava técnicos de som Everton Gomes, Gustavo do Vale, Rodolfo Paganelli operador de video Gabriel de Godoy coordenação de luz Patrícia Savoy operador de luz Igor Sane técnico de luz Luis Victaliano operadores canhão seguidor Jorge Avelino, Luz López, Pedro Melão, Rodrigo Campos rigger Sérgio de Souza (Boca) maquinistas Fernando Zimolo, Paulo Ricardo Fernandes cenotécnicos e contrarregras André Luís Rossaneis, Bosco Bedeschi, Ednomar Mendonça, Enrique Casas, Mariana Mastrocola, Matheus Gomes, Maicron dos Santos, Rafael de Alcântara, Rodolfo Paganelli, Rodrigo Veronezzi, Wanderley Wagner, William Torres, William Zimolo aderecistas Alex Fão, André Diniz da Silva, Bosco Bedeschi, Ednomar Mendonça, Enrique Casas, Teresa Sbardellati, Wanderley Wagner, William Torres assistência de figurino Caroline Donato coordenação de costura Judite de Lima costureiras Dilma de Oliveira, Edmeia Evaristo, Josefa Gomes, Judite de Lima, Maria Lúcia da Silva alfaiataria Miguel Angel Arrua confecção de sapatos Fernando Pires chapelaria Eduardo Laurino assistência de chapelaria Lena Rocha, Aline Marques, Yasmin Maria Soares Ramos plumagem e bordados Carlos Alves, Douglas Silva, Leonardo Martins, Maycon Douglas camareiras Nayara de Carvalho, Rosio Hurtado, Sabrina Leal coordenação de maquiagem Emerson Murad maquiadores Bianca Megda, Jaqueline de Andrade, José Costa Junior, Leandro Barrocal, Leila Brambilla, Lua Tiomi, Rosana Camilo stand in e contorcionista Priscila de Vasconcelos

Realização Sesc - Serviço Social do Comércio - projeto e produção internacional - Change Performing Arts, Milão, Itália - changeperformingarts.com diretor Franco Laera coordenadora de produção Simona Fremder relações públicas e tradução do texto Maristela Gaudio assistente pessoal de Robert Wilson Owen Laub agenciamento de Robert Wilson RW Work Ltd., Nova Iorque, EUA - robertwilson.com produção no Brasil prod.art.br direção de produção Ricardo Muniz Fernandes, Ricardo Frayha administração Matthias Pees direção técnica Júlio Cesarini produção executiva Daniel Cordova relações públicas Carminha Gangora assistente de administração e logística Leticia Fernandes assistência jurídica Martha Macruz de Sá direção editorial das peças gráficas Ricardo Muniz Fernandes coordenação editorial Daniel Cordova fotos © Julian Mommert diagramação Érico Peretta assessoria de imprensa Marcy Junqueira

Duração: 120 minutos
Local: Teatro Paulo Autran
Temporada: 23/4 a 29/5, quintas a sábados, às 21h00; domingos e feriados (26/5), às 18h00
Venda limitada a quatro ingressos por pessoa.
Não é permitida a entrada após o início do espetáculo.

Clique nas imagens para ampliar:

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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