Um espetáculo muito bem cuidado, tecnicamente perfeito e com atores com talento para o canto e interpretação.
My Fair Lady segue a linha das encenações de Takla, em que o cuidado com os elementos cênicos está aliado ao requinte no cenário e figurinos (de Fabio Namatame), especialmente nas roupas luxuosas e de época.
Jorge Takla já montou o musical há nove anos (ficou em cartaz no Teatro Alfa, em São Paulo, com muito sucesso), mas a concepção é nova. Traz para o palco a sua experiência na direção das óperas e a trilha sonora apresenta um requinte especial.
A peça ganha nas mãos do compositor e maestro Luís Gustavo Petri - que colecionou prêmios em concertos sinfônicos, operísticos e em grandes musicais - uma musicalidade (e dramaticidade) muito próxima da ópera, principalmente na voz de Daniele, que tem formação nessa área.
A história conhecida do público de teatro, especialmente dos apreciadores de musicais, ganha força nas interpretações de Daniele Nastri e Fred Silveira.
É o primeiro trabalho da atriz e cantora em uma grande produção e ela dá conta do recado. Está muito bem em cena e o seu canto chama atenção pela afinação e pela beleza de sua voz.
Fred Silveira está excelente na pele do professor de português, Henry Higgins. Fred, que interpretava Freddy Eynsford-Hill, assume, definitivamente o papel principal da montagem, e com muita competência.
Todo o elenco merece aplausos, mas entre os destaques estão: Sandro Christopher, (Alfred Doolittle); Eduardo Amir (Cel. Pickering), Eliete Cigaarini (Sra. Higgins) e Daniela Cury (Sra. Pearce).
A história de um professor que dá aulas para transformar uma florista numa dama da sociedade encanta a plateia, que lota as sessões do Santander.
Como a maioria dos musicais, My Fair Lady é longo (3h de duração). O que sempre impressiona nessas montagens é a desenvoltura e vivacidade do elenco em realizar, em alguns dias da semana, mais de uma sessão.
Na quinta em que conferi a montagem (às 21h), mal acabou a sessão das 17 horas e os atores já estavam novamente no palco, com vigor e talento!
A obra permanece atual porque as diferenças sociais ainda ocasionam preconceito, e a sociedade inglesa, onde a trama está ambientada, ainda traz um tradicionalismo e valorização da pompa da monarquia e da nobreza.
Sinopse: O texto é baseado no clássico Pigmaleão, de George Bernard Shaw, e conta a história de um professor aristocrata, Mr. Henry Higgins, que aceita o desafio de transformar Eliza Doolittle, uma vendedora de rua, em uma dama da alta sociedade.
Para quem não sabe, a primeira encenação de My Fair Lady no Brasil, intitulada Minha Querida Lady, aconteceu em 1962, com Bibi Ferreira e Paulo Autran nos papéis principais, além da participação de Marília Pêra, em início de carreira.
Há nove anos, Jorge Takla dirigiu uma versão desse musical, com Amanda Acosta e Daniel Boaventura nos papeis principais.
My Fair Lady ganhou as telas de cinema em 1938 e estreou na Broadway em 1956.
Para saber mais:
teatrosantander.com.br/programacao/my-fair-lady
|