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Entrevistas e dicas de espetáculos

ENTREVISTA - CHICO CARVALHO – o ator interpreta Henrique IV, de Luigi Pirandello, com direção de Gabriel Villela
Publicado em 24/10/2021, 14:00
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Sessões on-line, gratuitas e ao vivo, pela plataforma Sympla. Tradução, adaptação e produção de Claudio Fontana

Chico Carvalho é daquele tipo de artista em que você fixa o olhar para ver cada gesto, cada expressão, sentir cada respiração, ouvir a sua ótima dicção e, claro, prestigiar o seu trabalho de grande ator.
Tem um olhar crítico e pertinente sobre a arte e o cotidiano e acredita que o teatro pode nos transformar ao provocar reflexão e também encantamento.
Como diretor e dramaturgo, o público pode acompanhar todo o seu talento em dois espetáculos com a Cia do Bife. Detalhe: os títulos enormes, e os espetáculos? Excelentes, críticos, irônicos, divertidos! Pequena Ladainha Anti-Dramática para o Episódio da Fuga do Leão do Circo e Outros Boatos Pouco ou Quase Nada Interessantes... e Pequena Ladainha Anti-Dramática para a Reunião de Emergência dos Catedráticos da Instituição Feitosa Bulhões, a excelência do ensino em mais de cinco décadas de funcionamento.
Carvalho apresenta e idealiza programas na rádio Cultura de São Paulo onde explora com competência assuntos pertinentes ao teatro, ópera e a música. No momento, está no ar com " Teatro de Ópera com Chico Carvalho", aos domingos, às 15h, pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103,3 MHz.
É um dos grandes intérpretes do nosso teatro, formado em Artes Cênicas pela Unicamp, Rádio e TV pela Casper Líbero e doutor em Artes da Cena (2018), também pelo Instituto de Artes da UNICAMP. É ator, diretor, dramaturgo, radialista.
Já foi dirigido por grandes nomes do teatro e pela sua atuação como o protagonista de Ricardo III, de William Shakespeare, com direção de Marcelo Lazzaratto, foi agraciado com o prêmio Shell de Melhor Ator.
Tem uma parceria contínua, de excelentes trabalhos, com o diretor Gabriel Villela (nos espetáculos A Tempestade, de William Shakespeare, Peer Gynt, de Henrik Ibsen (Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2016 de Melhor Ator), Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, e Estado de Sítio, de Albert Camus - produções de Claudio Fontana, que esteve no palco atuando nos dois últimos espetáculos.
No momento, Chico está se preparando para a estreia de Henrique IV, com direção de Gabriel Villela, que assina também o cenário e o figurino. A montagem terá dois momentos – a estreia on-line (no dia 5 de novembro), com sessões ao vivo, e gratuitas, do Teatro Ruth Escobar/SP, e a estreia com elenco completo, e presencial, no ano que vem.
A versão original de Henrique IV traz 13 personagens ao todo, mas nesse trabalho estão em cena apenas dois personagens, Matilde e Henrique IV, interpretados por Carvalho. Também estará no palco o ator Breno Manfredini, como um contrarregra/camareiro cênico.
A adaptação de Claudio Fontana, que cuida também da produção e assina a tradução, teve como meta manter a essência da obra e evidenciar as reflexões propostas pelo autor sobre aparência, loucura, sanidade e verdade, que acoplam à vida cotidiana e também a utilidade da arte, o valor da criação artística.

ENTREVISTA COM CHICO CARVALHO

¨Nenhum ator é técnico de nada. Ou é um humanista, ou não é nada¨.
¨Teatro não é o lugar da espontaneidade, da livre expressão. Isso é simplório demais. Teatro é um lugar onde é preciso pensar muito, trabalhar muito, errar muito para poder em algum momento criar algo que mereça a apreciação do espectador.¨
¨O Gabriel (Villela) reúne tudo aquilo que me interessa fazer no teatro: o cuidado com a cena, com os figurinos, a preocupação com a palavra, a dedicação ao texto dramático, o trabalho lindíssimo com as músicas cantadas e tocadas em cena, a relação sincera diante do espectador... Enfim, eu sempre me embaralho quando me perguntam sobre o Gabriel porque sinto que é um privilégio tão grande pertencer a um país onde existe um artista da dimensão dele¨...
¨A importância do ator e do teatro em suas funções é a importância da cidadania, ou recuperar a cidadania que ainda nos resta. Com o rádio, igualmente¨.

Nanda Rovere - O que foi mais marcante pra você nos anos de estudo da Unicamp?
CHICO CARVALHO - O período inteiro da faculdade foi importante. Eu acredito que não há outra forma de se tornar ator a não ser através de uma imersão intensa nos estudos, sem dar atenção a qualquer apelo do mundo do lado de fora que o convida a se tornar um objeto do mercado. É esse mercado que emburrece a todos, e, principalmente, o transforma em mercadoria. E uma mercadoria pode render frutos por um tempo, mas chegará uma hora em que ela será substituída por outra, dando corda numa relação brutal de compra e venda. Um ator não pode ser uma mercadoria, e estudar é um antídoto a essa equação violenta, e principalmente uma forma de resistir contra a mediocridade que aí se estabelece a cada esquina da vida. Na Unicamp tudo foi marcante: as aulas teóricas e práticas, os bons professores e aqueles que eu não achava tão bons, os colegas, a distância da casa dos pais, viver em outra cidade..., e também o fato de a Unicamp ser uma UNIVERSIDADE e não um curso técnico. Nenhum ator é técnico de nada. Ou é um humanista, ou não é nada.

NR - Gostaria que falasse sobre os trabalhos que fez com o Márcio Aurélio, Neyde Veneziano, Marcelo Lazzaratto. Como foi tê-los como professores e depois ser dirigido por eles já como ator profissional?
CC- Eu sempre acredito numa relação de mestre e aprendiz quando o assunto é teatro. Eu tive a sorte de ter professores que eu considerava mestres, muito mais do que uma relação burocrática dentro da sala de aula. O Márcio Aurélio foi e é o meu grande mestre, o meu grande exemplo. Foi a partir dele que eu entendi a importância ética e política que existe nessa simples ação de subir ao palco para estar exposto aos olhos alheios. O Márcio é um artesão da cena, e cada gesto, cada movimento, cada ângulo do cenário e cada foco de luz são camadas de linguagem que são pensadas para produzir algo diante do espectador. Teatro não é o lugar da espontaneidade, da livre expressão. Isso é simplório demais. Teatro é um lugar onde é preciso pensar muito, trabalhar muito, errar muito para poder em algum momento criar algo que mereça a apreciação do espectador. Com o Márcio eu aprendi que o ator é um potencializador da cena, ele não é o protagonista de nada. O protagonista do teatro é o próprio teatro. Entender isso é árduo e exige treinamento recorrente, porque é essencialmente um exercício de humildade que vai a favor do palco, nunca de si mesmo, das suas demandas, dos seus interesses. A Neyde Veneziano e o Marcelo Lazzaratto eu encontrei depois, e sou igualmente grato aos ensinamentos que obtive deles. Pelo Lazzaratto eu tenho uma admiração especial, porque foi ele quem depositou em mim a confiança para fazer um espetáculo muito difícil, e que me rendeu bons frutos futuros e também uma satisfação enorme por me sentir ator naquele determinado instante.

NR --Você é um leitor voraz. O que indica de leitura para que um artista, principalmente os mais jovens, aprimorem o conhecimento.
CC- Tudo. Leiam tudo. Eu não sei se sou um leitor voraz. Eu sou muito lento para ler, o que me causa certa angústia de imaginar o quanto de literatura eu vou perder por não conseguir acompanhar o ritmo da minha curiosidade. Mas eu diria que a coisa mais importante para um ator é a leitura. O treinamento do ator está relacionado à manutenção do assombro que ele sustenta diante do mundo, e isso tem a ver com manter em dia a curiosidade, o espanto, o desespero de continuar se surpreendendo com os absurdos e as maravilhas da vida. Pegue qualquer clássico da literatura e você entenderá que é só sobre isso que os autores tratam: do assombro de uma coisa que se desenvolve para chegar até uma determinada conclusão. Machado de Assis é um gênio assombrado com o mundo. Dostoiévski, Kafka, Thomas Bernhard, Cervantes, Shakespeare, Pirandello... são gente atormentada. Um ator precisa ser constantemente atormentado pela vida. E a literatura é a fonte primordial desse estado de atenção. E a música também.

NR - Com Gabriel Villela você fez personagens incríveis e textos incríveis. Como é trabalhar com ele, interpretar os personagens?
CC- O Gabriel é um caso à parte porque eu acho que ele reúne tudo aquilo que me interessa fazer no teatro: o cuidado com a cena, com os figurinos, a preocupação com a palavra, a dedicação ao texto dramático, o trabalho lindíssimo com as músicas cantadas e tocadas em cena, a relação sincera diante do espectador... Enfim, eu sempre me embaralho quando me perguntam sobre o Gabriel porque sinto que é um privilégio tão grande pertencer a um país onde existe um artista da dimensão dele... E penso que as próprias obras que fazemos com ele já respondem de maneira poética e didática o quão importante e necessário é termos entre nós alguém da envergadura dele. Todos os personagens que pude fazer com o Gabriel estão entre os meus preferidos, não saberia eleger qual deles eu gostei mais de representar. O Gabriel guarda consigo um espírito de teatro de trupe que já não existe mais. É como se todos trabalhássemos em parceria em direção a um objetivo comum. Ainda que haja um protagonista, a importância dele não diminui a importância dos outros. Tudo na cena é linguagem, e todos nós somos responsáveis por preservar o palco como um terreno de acesso coletivo à história que está sendo contada à plateia. Isso é um exercício de civilidade. Basta olhar para a nossa sociedade e ver que o abismo em que estamos mergulhados tem a ver com um profundo descompromisso com tudo o que está nos arredores do nosso umbigo afetado.

NR – Você também é apaixonado por rádio. Os seus programas aliam a sua paixão pela música clássica, operística, literatura e teatro. Mais do que uma pergunta, quero dizer que essa ideia é incrível por levar para a rádio um conteúdo tão rico. Fale um pouquinho sobre essa experiência.
CC- Depois de me formar em Artes Cênicas na UNICAMP eu entrei e me formei na faculdade de Rádio e TV da Cásper Líbero. Não tinha interesse pela imagem, pela televisão, mas sim pelo rádio. Passei quatro anos estudando e aproveitando os estúdios de rádio para experimentar um monte de linguagens que pudessem aproximar a dramaturgia do som. Tenho a certeza de que os bons atores são aqueles que sabem acessar o ouvinte pela voz, que é um instrumento precário e poderoso ao mesmo tempo. O rádio e o teatro são igualmente precários e poderosos, veículos artesanais, e é por essa aparente fragilidade que é possível estabelecer uma conexão de força com o interlocutor. Eu gosto muito de estudar comunicação, leio bastante coisa sobre o tema, e quando estudo teatro e estou no palco eu entendo um pouco melhor o que é ser um radialista. São ambas profissões misteriosas: no rádio e no teatro a gente não precisa enxergar a própria imagem, nós temos um retrato incompleto de quem somos, uma incompletude que deve ser retrabalhada pelo ouvinte e pelo espectador. Acho tanto o teatro como o rádio dois veículos de importantíssima função política e social. Sou sortudo por poder frequentar essas duas praias.

NR - Como é a sua preparação para estar sempre tão entregue em cena ( corpo, voz..). Enfim, gostaria que falasse um pouco do seu processo para criar um personagem.
CC- Não tenho a menor ideia. Não acredito em técnica nenhuma e tenho pavor dessa coisa que chamam de método, seja lá de qual substância for. Acho que o verdadeiro método é aquele do desespero: ter que enfrentar diariamente o precipício de se equilibrar na corda bamba que é se ver exposto diante de uma audiência. Para não ser completamente leviano nessa minha resposta, eu deposito o meu esforço naquilo que eu tenho de concreto e que foi trabalhado junto com o diretor e colegas de cena: o texto. A palavra é a guia mestra de tudo para mim. Na sequência dela tudo caminha para corroborar o que o verbo diz, ou assim deveria ser. Evidentemente que há uma sequência de aquecimentos de voz e corpo anteriores à entrada na cena que ajudam a dimensionar um outro estado de presença. Também odeio a palavra técnica. Odeio técnicos. Acho um sintoma da nossa falência essa palavra: técnica.

NR - Qual a sua perspectiva para o teatro pós pandemia ...agora que o teatro está voltando, mas ainda temos que tomar tantos cuidados!? Qual é a importância do teatro, e da arte em geral, para a humanidade e para a sua vida enquanto ator, diretor, dramaturgo, radialista?
CC- A importância do ator e do teatro em suas funções é a importância da cidadania, ou recuperar a cidadania que ainda nos resta. Com o rádio igualmente. Não dá para resolver o mundo através do TikTok, não dá para acreditar que com um celular na mão a gente irá caminhar para algum lugar que não nos torne inimigos uns dos outros, ou meros consumidores do mais novo lançamento tecnológico. Eu fico com Shakespeare: o mundo é inevitavelmente um palco, se o mundo vai mal o teatro vai mal junto. Se o teatro vai bem é sinônimo de que o mundo está andando para algum lugar interessante. Portanto, o teatro é um laboratório concentrado e reduzido - e protegido pela simbologia metafórica que lhe cabe - dos desafios que acontecem fora dele. Ou seja, esforçar-se para ser um bom ator é um esforço para ser um bom cidadão. E trabalhar para oferecer algo de qualidade para a plateia - não um produto de mercado pasteurizado pela indústria - é dar um passo rumo a uma sociedade mais generosa e humana. Não tenho ideia sobre os rumos do teatro pós pandemia, só sei que ele vai mal como vai mal o país. Ser ator de teatro nesse país é uma coisa absolutamente insignificante. E isso tem a ver com uma culpa nossa também. Tem a ver com a qualidade dos cursos de formação - cada vez mais entregues à rapidez, cada vez mais coagindo os jovens a se tornarem peça de manobra dentro de um mundo forjado pela barganha. Ou seja, todos somos igualmente culpados pela situação que nos acomete, é o que eu acho.

NR - E os seus trabalhos com a Cia do Bife, como diretor e dramaturgo? Gostaria que falasse sobre a experiência com esses artistas jovens e talentosos.
CC- Um dos meus maiores orgulhos é trabalhar com companheiros que um dia foram meus alunos. Tenho a maior admiração por cada um dos integrantes da Cia do Bife, acho cada um deles o exemplo desse ator que vem ao mundo para se indignar com o mundo, e não para receber rapapés e beijinhos na bochecha. São artistas de verdade que eu pude ver crescer e que hoje eu posso dialogar de igual para igual nos trabalhos que realizamos. Eu adoro dramaturgia, então uso o espaço que tenho com a Cia do Bife para criar textos e dirigir a cena a partir de uma criação original. Acho um exercício torturante estar fora de cena e não poder interferir, mas isso me ajuda a entender também a minha função como ator quando sou eu quem estou no palco. Sou muito grato à Cia do Bife, e tenho certeza de que teremos muitos trabalhos ainda por vir.

NR - Sobre Henrique IV, a experiência de interpretar esse personagem e esse texto tão interessante e oportuno: ser dirigido novamente por Gabriel Villela, nesse momento tão especial e com apresentações ao vivo, mas que serão apresentadas via youtube, como está sendo essa experiência (só de ver as fotos já me emocionei com tanta força e beleza)?
CC- Me pergunte isso depois, agora estou mergulhado no pavor de dar contar desse texto deslumbrante, dessa maquiagem maravilhosa, dos figurinos igualmente lindos, tentando corresponder à linguagem do Gabriel. Eu confesso que não tenho a menor ideia do que vai ser o resultado, estou muito empolgado e ansioso. Só posso dizer que Pirandello é um dos maiores gênios da dramaturgia, é a partir dele que o cidadão comum passa a ter contornos trágicos e cômicos. Ele é engraçado e perigoso ao mesmo tempo. Uma coisa esquisitíssima... Mas, enfim, me pergunte isso depois, agora não saberia dar a real dimensão do que acontece, só ter a certeza de que sou muito privilegiado por estar cercado de artistas da mais alta qualidade, diante de uma das pérolas do teatro mundial. Espero que o resultado seja bom.

Serviço
PROTO-HENRIQUE IV, de Luigi Pirandello. Duração: 60min.Temporada: 05 de novembro a 05 de dezembro, sextas a domingos às 20h Classificação: 12 anos. Ingressos gratuitos estarão disponíveis na plataforma Sympla. link: https://www.sympla.com.br/produtor/protohenriqueiv
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Ficha Técnica
Elenco: Chico Carvalho
Texto: Luigi Pirandello
Tradução e adaptação: Claudio Fontana
Direção, Figurinos e Cenografia: Gabriel Villela
Diretor Assistente e Iluminação: Ivan Andrade
Contrarregra/camareiro cênico: Breno Manfredini
Canto e arranjos vocais e instrumentais: Marco França
Assistente de Figurinos: José Rosa
Adereços de arte: Jair Soares Jr
Costureira: Zilda Peres
Maquiagem: Claudinei Hidalgo
Fotografia: João Caldas Fº
Assistência de Fotografia: Andréia Machado
Programação Gráfica: Renata Monteiro
Diretor de Palco: Alexander Peixoto
Produção Executiva: Augusto Vieira
Direção de Produção: Claudio Fontana
Matéria sobre o espetáculo:
http://www.deolhonacena.com.br/index.php?pg=3a3b&sub=480#linha
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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