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| TEATRO | ||||||||
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| Entrevistas e dicas de espetáculos | ||||||||
| Festival de Curitiba - observações sobre A hora da estrela ou o canto de Macabéa | ||||||||
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O Guairão é fenomenal, pomposo, mas o palco enorme e muitas vezes é difícil enxergar encenações que ocupam o seu palco. No caso do musical A hora da estrela ou o canto de Macabéa, um cenário para um teatro menor. A escolha do Guairão ocorreu porque o tema levou muitas pessoas ao teatro, mas a montagem pede um lugar menor. Atores muito distantes. Sentei-me na fileira A para ver o musical A hora da estrela ou o canto de Macabea e o espetáculo "passou por mim" porque não vi nada de modo nítido. Uma pena! O texto é fiel à obra de Clarice Lispector, interessante e atual. Fala de seres invisíveis perante a sociedade de modo inteligente. A moça nordestina, orfã, considerada feia e que fede nem percebe que é explorada. Não age, não fala. É ignorante, ingênua e sem futuro promissor. Quando percebe que é um zero à esquerda na visão das pessoas já é tarde demais. A trilha de Chico Cesar é fiel ao texto de Clarice Lispector e as músicas trabalham com o estilo de ópera rock. Excelente! Laila é uma diva. Vive Macabea e a atriz, que interpreta essa mulher sem glamour nenhum. O metateatro se faz presente e narração e interpretação se misturam. O cenário é formado essencialmente por mesas que se transformam em diversos espaços, como o quarto de pensão onde Macabea reside e o escritório onde ocupa o cargo de datilógrafa. Uma espécie de cerca está no chão e dependurada no teto, também estabelecendo a existência de espaços diferenciados; nos remete também a um lugar de roça para representar a origem humide de Macabea. A luz e as roupas têm essencialmente cores apagadas para ressaltar a vida apagada da protagonista. Em alguns momentos o vermelho se sobressai, apesar de apática a tudo o que acontece na sua vida e à sua volta, claro que no fundo da sua alma mora uma mulher com sonhos e desejos. Com o cenário bem na parte traseira do palco ficou complicado visualizar a interpretação dos atores e o tom delicado de algumas cenas. Laila como sempre interpreta com competência e como canta. Todo o elenco merece aplausos. O mundo precisa de compaixão, respeito e atenção para com o outro. Macabea só encontra tudo isso no delírio antes de morrer após ser atropelada por um homem da alta sociedade carioca. Olhar para o outro é essencial, eis uma reflexão importante que o musical suscita. |
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