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| TEATRO | ||||||||
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| Entrevistas e dicas de espetáculos | ||||||||
| Festival de Curitiba - observações sobre A Aforista da Cia Stavis Damaceno | ||||||||
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Texto e direção: Marcos DamacenoElenco: Rosana Stavis Composição e direção musical: Gilson Fukushima Pianistas: Sergio Justen e Fábio Cardoso Iluminação: Beto Bruel Figurinos: Karen Brustolin Direção de Produção: Bia Reiner Assistente de Produção: Evandro Vicente Realização: Cia.Stavis-Damaceno Classificação: 16 A Aforista Novo trabalho da Cia.Stavis Marcos Damaceno A Aforista é a segunda de uma trilogia de peças – que se iniciou com Árvores Abatidas ou Para Luis Melo, obras teatrais de autoria de Damaceno influenciadas por Thomas Bernhard. A arte que gera perturbação e promove reflexão. A mente como protagonista ou lugar de ação com o foco no ator e nas palavras. Rosana Stavis é uma potência. Nunca se repete. É uma Atriz que tem uma técnica impecável e arrepia. Exato controle entre técnica e interpretação visceral. No palco, Rosana e dois músicos. A Aforista é o apelido de uma mulher que se dedica à escrita e cursou música. Durante os estudos estabeleceu laços de amizades com dois exímios pianistas , um deles genial e que conquistou o sucesso sem nunca fazer um show, teve a sua música veiculada pelo mundo; o outro amigo pianista, apesar da competência foi ofuscado pelo talento e sucesso do amigo. Um faleceu tocando piano e o outro suicidou-se. A aforista acredita que é também uma artista pianista talentosa, mas também foi ofuscada pelo sucesso do amigo genial (as letras acabaram dominando a sua vida). Lidar com o sucesso do outro não é fácil, lidar com as nossas limitações muito menos. O artista tem uma sensibilidade apurada e saber lidar com os altos e baixos da profissão não é uma tarefa fácil. Viver da arte é um desafio, lidar com a autoestima uma necessidade diária. Segundo o dicionário, aforismo é brevidade e precisão na definição de conceitos amplos. Ora, a personagem que está em cena além de não conseguir o sucesso na área musical, apesar de certo talento, também não consegue um bom rendimento com as palavras. Analisa o "duelo profissional" entre os amigos com pitadas de reflexões sobre si mesma. Ela expõe frases filosóficas rasas e não concatena as ideias de forma precisa. A sua mente fervilha e ela fala incansavelmente. Uma explosão de pensamentos sobre a arte e a vida que a deixam num estado de êxtase beirando a loucura, ainda mais que está atordoada com a morte dos dois amigos. Está de luto e o seu figurino realça o seu espírito atordoado. Damaceno, dramaturgo e diretor, faz questão de frisar que a peça só estreia em junho no CCBB do Rio e até lá ocorrerão muitos ensaios. Como é um diretor perfeccionista, Damaceno está sempre buscando o aperfeiçoamento da cena. Rosana está estupenda, ela é estupenda. Voz, entonações, olhares, gestos, a trilha e a luz que de tempos em tempos ilumina somente a sua face, são detalhes que reforçam o descompasso de suas emoções. Além dos trabalhos com Damaceno, a atriz está ensaiando Henrique IV, de Pirandello, com direção de Gabriel Villela. Com produção de Claudio Fontana, a estreia ocorre em São Paulo, no Sesc Vila Mariana, final de abril. Divulgarei, fiquem ligados. |
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