O ator, diretor e intérprete de Libras Jonatas Medeiros está em cena e a direção é da artista surda Rafaela Hoebel.
A peça integra o Projeto Homero, da Via Iliadahomero com a apresentação de oito solos que encenam cantos da Ilíada e Odisseia de Homero, clássico grego que está entre as obrss mais importantes de todos os tempos.
Eles pesquisam a língua de sinais e a sua aplicação no teatro há dez anos.
A direção é feita em parceria com Octavio Camargo, pesquisador da obra de Homero e criador da Cia Iliadahomero (em 1999). É uma das primeiras traduções da obra do poeta grego para a língua de sinais.
Sem grandes aparatos cênicos, o foco está na palavra e no ator. A montagem é bilingue. Enquanto Jonatas interpreta utilizando a língua de sinais, o ator Fernando Marés narra, ao vivo, o conteúdo do texto. Impressiona a desenvoltura de Jonatas Medeiros. Ele encena o texto através de sons, expressões faciais e movimentos corporais precisos. " o corpo fala de modo visceral".
O Projeto Mostra Homero:
As peças encenadas, todas solo, fazem parte da primeira tradução completa de Ilíada e Odisseia, para o português, realizada por Manoel Odorico Mendes.
A ideia é mostrar que mesmo sendo complexa, a obra de Homero pode ser compreendida por todo tipo de público e que a sua adaptação para o teatro é potente: mesmo após séculos e séculos, as guerras assolam o mundo devido à ganância de poder, ao desejo desenfreado de obtenção de terras e à valorização exacerbada do dinheiro.
Aborda também a relação entre o ser humano e o meio ambiente, com a exploração sem limites da natureza e suas consequências. E, obviamente, evidencia que a Guerra é masculina, e sinônimo de masculinidade. A mulher, como sempre na História, renegada aos desejos masculinos e ao lar; a sua voz silenciada.
Vale lembrar que A Ilíada e a Odisseia narram fatos da Guerra de Tróia e são os registros mais antigos da língua grega em alfabeto fonético (século VIII a.C.), e a recitaxção dos poemas foi institucionalizada em Atenas no Festival das Panateneias, no século VI a.C., como uma política pública de educação no período clássico.
A iluminação, de todos os espetáculos, é de Beto Bruel, essencial para, realçar a força dos textos, os momentos de tensão e de calmaria. Para saber mais sobre A Cia e o projeto: https://iliadahomero.wordpress.com/sobre-nos/
Sinopse: Ilíada em LIBRAS, Canto 1: O Canto 1 da Ilíada marca o início do conflito entre Aquiles e Agamêmnon, que terá desdobramentos trágicos ao longo de todo o poema. Crises, sacerdote de Apolo, pede a restituição de sua filha, Criseida, capturada pelos gregos, mas é desprezado por Agamêmnon. Apolo, em resposta, envia uma praga devastadora ao exército aqueu. Aquiles, ultrajado, se retira da guerra, dando início à sua célebre ira. A cena final se desenrola no Olimpo, onde Tétis, mãe de Aquiles, roga a Zeus que favoreça os troianos como vingança, selando o destino do conflito.
E mais:
#21/08 (quinta, 20h) – Pedro Inoue, Odisséia, Canto 13.
#22/08 (sexta, 20h) – Letícia Guimarães, Ilíada, Canto 18. 23/08 (sábado 20h) – Lourinelson Vladmir, Ilíada, Canto 3.
24/08 (domingo 19h) – Richard Rebelo, Ilíada, Canto 16.
Contato e informações:
Ficha Técnica: @ciailiadahomero e site Cia Iliadahomero
Direção artística: Octavio Camargo
Direção de produção: Giceli Camargo
Elenco: Maureen Miranda, Leticia Guimarães, Richard Rebelo, Pedro Inoue, Raquel Rizzo, Lourinelson Vladmir, Fernando Marés e Jonatas Medeiros
Iluminação: Beto Bruel
Montagem e operação de luz: Fernando Dourado
Assistente de iluminação: Christian Camargo
Documentação e arte gráfica: Gilson Camargo |