Tróilo e Créssida, escrita possivelmente por volta de 1602, é um texto ainda inédito no Brasil, mas não foi somente esse o motivo que levou a Cia da Matilde a escolher essa obra para levar ao palco. A peça tem um caráter político e propõe uma discussão ampla sobre os temas ligados à ética em todas suas instâncias.
Vale dizer que para a crítica Bárbara Heliodora, Tróilo e Créssida é a peça de Shakespeare que traz mais elementos que lembram o nosso país, já que fala de ética, politica, poder, conspiração, traição e corrupção.
Para colocar em cena a obra de Shakespeare, a Cia utiliza técnicas circenses, com uma linguagem inspirada em máscaras (os bufões), e os atores se revezam em diversas atividades, contando a história a partir de cenas, imagens e músicas interpretadas por todos.
Para a diretora Bete Dorgam, Shakespeare é sempre um grande desafio porque os textos são fantásticos e a questão é como entender, escavar as camadas e trazê-las à cena sem perder sua potência e beleza. “Tróilo e Créssida é um texto complexo, uma comédia irônica e amarga que não poupa a guerra, o amor, a fama, a ilusão da imagem, do poder. Assustadoramente moderna, talvez o grande desafio seja dialogar com essa desilusão sobre todas as instituições e a própria condição humana sem perder a perspectiva de uma sempre possível luz no fim do túnel”, comenta a diretora.
Sinopse
Durante a guerra de Troia, Tróilo, um dos filhos do rei Príamo, está apaixonado por Créssida, filha do sacerdote Calcas, que passou para o lado dos gregos após profetizar a derrota de Troia, sendo, portanto, considerado traidor. Tróilo conta com a ajuda de Pândaro, tio de Créssida, para aproximar - se dela. Créssida também está interessada por Tróilo, mas finge indiferença como forma de se proteger. Em meio à guerra, disputas de poder e paixões essa história de amor e paixão se desenrola mostrando personagens e episódios conhecidos da guerra de Tróia.
Projeto 39
A Cia carrega a ideia de encenar todas as 39 obras de Shakespeare. A primeira montagem foi A Tempestade. Depois veio Ricardo III, tendo no elenco Mayara Magri (como Rainha Elizabeth) e Chico Carvalho (como Ricardo III); logo em seguida Os Dois Cavalheiros de Verona, com direção de Kleber Montanheiro.
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Serviço:
Reestreia dia 5 de agosto
110 minutos
12 anos
Teatro João Caetano - Rua Borges Lagoa, 650.
(11) 5573-3774
438 lugares
Sextas e sábados às 21h; domingos às 19h
R$ 20
Até 28 de agosto
Ficha Técnica
Direção: Bete Dorgam
Adaptação de texto: Bete Dorgam e Lécio Rabello
Direção Musical: Rafael Senatore
Figurino: Claudia Schapira
Cenário: Marcos Thadeu e Karina Diglio (Palhassada Atelie)
Iluminação: Yuri Cumer
Produção: Adryela Rodrigues e Erike Busoni.
Elenco: Beto Dessordi, Caco Mattos, Caio Merseguel, Erike Busoni, Isis Valente, Letícia Martin, Magali Costa, Marcelo Guedes, Rafael Senatore, Rodrigo Scarpelli, Walmir Bess.
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